Agente penitenciário é suspeito de atirar para o alto ao sair de festa
PM foi acionada pelo telefone 190 e levou o agente para a 1ª DP. Servidor nega acusação
atualizado
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Um agente de atividades penitenciárias foi levado à delegacia na manhã dessa quinta-feira (4/5). Dyego Bruno Mendonça Liberato saiu do evento “Noites de Quarta”, que ocorria na boate Bamboa, no Setor Hípico, e, pouco depois, foi abordado por policiais militares no estacionamento do estabelecimento. Ele é suspeito de se envolver em uma confusão e de fazer dois disparos para o alto no local.
A PM chegou ao estacionamento depois de ser acionada pelo 190 (emergência da corporação). Aos militares, Liberato se identificou como servidor público e, como portava uma arma, foi levado à 1ª DP (Asa Sul). Em depoimento, o agente negou que tivesse feito os disparos e entregou o equipamento para a Polícia Civil.
Na delegacia, foi verificado que a pistola, modelo PT-840, estava com apenas 13 balas no pente, embora tenha capacidade para 15 cápsulas. A arma foi encaminhada para perícia no Instituto de Criminalística (IC) com o intuito de apurar se algum disparo tinha sido feito recentemente.
Procurado pelo Metrópoles, o agente de atividades penitenciárias negou que tivesse sacado a arma e atirado para o alto na manhã de quarta. “Não efetuei qualquer disparo nem sequer ouvi algum barulho de tiro naquele momento. Tanto que entreguei a minha arma para a perícia na maior tranquilidade. Com certeza, toda essa confusão será esclarecida”, afirmou.De acordo com o delegado-chefe da 1ª DP, Gerson de Salles, os PMs não presenciaram os disparos e nenhuma testemunha foi levada para ser ouvida na delegacia. “Só a perícia apontará se houve os supostos disparos. Dependendo da materialidade, um inquérito será aberto para apurar o caso”, disse Salles à reportagem.
Nota da Bamboa
Em nota, a Bamboa informou que a equipe de segurança da casa tomou ciência de um suposto desentendimento envolvendo um cliente da boate após sua saída do espaço. “Imediatamente, os profissionais intervieram com o objetivo de acalmar a situação e preservar o bem-estar dos demais clientes que por ali estavam.”
Ainda segundo a Bamboa, a Polícia Militar foi acionada e o incidente contido rapidamente antes de os envolvidos deixarem a área acompanhados pelos oficiais. “Salientamos que a Bamboa mantém contato direto com o Batalhão de PM responsável pela área e trabalha, junto com sua equipe interna, para garantir a segurança integral de seus clientes e colaboradores”, ressaltou a nota.
Confusão ao longo da semana
O episódio ocorre em uma semana tensa para a categoria, que luta para entrar no regime especial de aposentadoria da Reforma da Previdência. Na terça-feira (2), cerca de 500 agentes penitenciários de todo o país invadiram a sede do Ministério da Justiça para cobrar uma intervenção do governo federal no projeto que tramita na Câmara dos Deputados. Depois de quebrar vidraças e impedir a entrada e a saída de servidores por duas horas e meia, os servidores desocuparam o edifício após reunião com o ministro Osmar Serraglio.
Na noite de quarta (3), um grupo de agentes invadiu a sala onde os deputados da comissão especial da Reforma da Previdência discutiam o texto. A Polícia Legislativa usou bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para conter os manifestantes. Segundo a Polícia Militar, houve o registro de dois feridos.
O Corpo de Bombeiros chegou a atender as vítimas, mas elas não precisaram ser levadas ao hospital. Os agentes penitenciários gritavam palavras contra os deputados e, em certo momento, cantaram o Hino Nacional. Devido à baderna, a sessão foi suspensa.
Na manhã de quinta (4), o vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), criticou a ocupação e informou que será aberto inquérito para identificar os manifestantes. (Colaborou João Gabriel Amador)