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Agente da PF lotado no DF é suspeito de ter ligações com o PCC

O servidor foi identificado na Operação Guardiã 61, da Polícia Civil. Há indícios de que ele repassava informações a uma advogada da facção

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Policial Federal em operação
1 de 1 Policial Federal em operação - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Um agente da Polícia Federal lotado em Brasília é investigado por suposta ligação com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). O suspeito foi identificado durante a Operação Guardiã 61, deflagrada em janeiro deste ano pela Polícia Civil do Distrito Federal. A PF apura a conduta do servidor.

Questionada sobre os detalhes do caso, a Polícia Federal afirmou não se manifestar a respeito de investigações em andamento. Os indícios colhidos pela PCDF, no entanto, apontam que o agente utilizava o sistema da corporação nacional para realizar pesquisas acerca de dados e possíveis diligência em curso a pedido de uma advogada que representa a alta cúpula da facção. Os líderes do PCC cumprem pena na Penitenciária Federal de Brasília.

Na última semana, em entrevista sobre a presença de membros da organização criminosa no DF, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, falou da existência de integrantes da facção atuando em pastas de segurança. “Sabemos que tem gente infiltrada nos órgãos de segurança”, revelou. Com base no mesmo argumento, o general ressaltou a importância de manter todas as operações envolvendo os suspeitos em sigilo.

Advogada é o elo

A advogada que supostamente mantinha contato com o agente reside em um apartamento em São Sebastião, próximo ao complexo penitenciário. Com a transferência da cúpula para o presídio federal, a defensora passou a trabalhar para líderes do PCC.

A mulher também foi alvo da Operação Guardiã 61, desencadeada no começo do ano. Durante buscas no imóvel, os agentes encontraram documentos chamados de “cara-crachá” e folhas de inscrições contendo informações pessoais dos integrantes do grupo. Ela também é suspeita de colher dados sobre autoridades policiais responsáveis por desarticular células da quadrilha. Delegados atuantes na força-tarefa chegaram a ter fotos divulgadas entre os membros e a receber ameaças.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Distrito Federal (OAB-DF), Délio Lins Silva e Jr., afirmou, à época, que a advogada envolvida com a célula do PCC na capital do país pode ser alvo de procedimento ético.

“Caso fique comprovado, será instaurado um procedimento ético, que pode gerar desde advertência até a expulsão. Durante o processo de julgamento, pode haver afastamento temporário”, ressaltou o presidente da OAB-DF.

Casas de apoio

A investigação da Polícia Civil do DF descobriu ainda a existência de uma “casa de apoio” mantida por integrantes do PCC em solo brasiliense. O local era alugado e servia de base para guardar drogas, armas, e receber faccionados de outros estados.

Investigadores da Divisão de Repressão a Facções Criminosas (Difac) identificaram o envolvimento de outros dois advogados do DF com o PCC. A dupla foi alvo de mandados de busca e apreensão.

Os profissionais ainda teriam realizado pesquisas e sondagens de imóveis no Lago Sul, Lago Norte e Jardim Botânico para montar “casas de apoio”, conforme explicou o delegado-chefe da Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor), Leonardo de Castro.

A polícia descobriu que o contrato de aluguel da residência em Taguatinga foi negociado por um advogado. O imóvel ficou ocupado pelo PCC por quatro meses em 2019. “A vinda da cúpula para o DF fortaleceu e deixou os faccionados mais organizados em Brasília”, ressaltou o delegado-chefe da Difac, Guilherme Sousa Melo.

Segundo os investigadores, a célula da organização era composta por, ao menos, 30 integrantes e atuava praticando crimes como roubos e tráfico de drogas. O grupo, formado por advogados, presidiários e criminosos egressos do sistema prisional, se dividia em núcleos específicos de atuação.

Parte se dedicava às práticas criminosas, enquanto outra tentava estabelecer condições para o desenvolvimento e consolidação do PCC na capital federal, uma vez que a alta cúpula da quadrilha está presa em Brasília.

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Servidores do Depen vão operar os blindados
Na unidade prisional, que fica no Complexo Penitenciário da Papuda, há circuito de câmeras com transmissões em tempo real, além de sensores de movimento e alarmes
Os blindados serão usados para manter a segurança no perímetro do presídio federal
O presídio mantém encarcerados alguns dos presos mais perigosos do país
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Marcola cumpre pena no Presídio Federal de Brasília

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Servidores do Depen vão operar os blindados

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Na unidade prisional, que fica no Complexo Penitenciário da Papuda, há circuito de câmeras com transmissões em tempo real, além de sensores de movimento e alarmes

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Os blindados serão usados para manter a segurança no perímetro do presídio federal

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O presídio mantém encarcerados alguns dos presos mais perigosos do país

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Os criminosos estariam aguardando o aval de Fuminho para colocar o plano em prática

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Marcola e outros presos foram trazidos em avião da FAB para Brasília em março de 2019

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Comboio para levar Marcola ao Presídio Federal de Brasília em fevereiro de 2019

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Esquema especial de segurança foi montado para receber a liderança do PCC

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Na época, ruas foram fechadas para passagem do comboio

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Queda de braço

A consolidação da facção na capital federal preocupa o governo e os órgãos de segurança do DF. O governador Ibaneis Rocha (MDB) já se manifestou, inclusive judicialmente, sobre a permanência dos faccionados no presídio. Segundo o chefe do Executivo local, a presença de criminosos como o líder máximo do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, coloca em risco a segurança dos brasilienses e de autoridades.

Ao recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), o GDF perdeu a primeira queda de braço. Ao analisar a questão, o ministro Luís Roberto Barroso entendeu não haver ilegalidade na transferência de detentos para presídios federais. Ainda na opinião do magistrado, nova mudança do líder do PCC para outro presídio poderia fomentar uma operação de resgate e colocar em risco agentes de segurança e a população.

O integrante da Suprema Corte ressaltou, ainda, que há risco de danos econômicos caso isso acontecesse. “Como aponta a União, a transferência de presos, sobretudo daqueles de alta periculosidade, pressupõe logística especial. Realizar a retirada dos presos para, eventualmente, trazê-los de volta ao fim da ação implicará alto custo econômico”, frisou Barroso.

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