Adolescentes infratoras fogem de prédio onde ocorria evento do GDF
As meninas participavam de cerimônia realizada pela Secretaria da Criança, na Asa Sul, quando saíram discretamente pela porta da frente
atualizado
Compartilhar notícia
Duas adolescentes que cumprem medida socioeducativa driblaram a segurança e fugiram de um evento sediado na Fundação Escola Superior do Ministério Público do DF e Territórios, na 502 Sul. Elas estavam na Unidade de Internação de Santa Maria (UISM), mas foram levadas pela direção do centro para participar da solenidade no Plano Piloto. O sumiço ocorreu na tarde de quarta-feira (18/10).
Livres de algemas, elas escaparam pela porta da frente da fundação, enquanto ocorria o 1º Encontro Socioeducativo sobre Gênero, organizado pela Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude (Secriança).
As adolescentes aproveitaram um intervalo entre duas palestras para deixar o local pela única entrada do prédio. Ninguém percebeu a fuga, na hora em que ocorreu. Além delas, havia outras seis internas no seminário. As adolescentes eram monitoradas por duas integrantes da gerência de segurança da UISM.
Após notarem a ausência das jovens, agentes socioeducativos que assistiam ao encontro — mas não as acompanhavam — tentaram localizá-las nas proximidades. Seguranças da fundação auxiliaram nas buscas, mas, até a publicação deste texto, elas não haviam sido encontradas.A Secriança confirmou o caso ao Metrópoles e acrescentou que as adolescentes em conflito com a lei estavam no local por autorização judicial da Vara da Infância e da Juventude (VIJ), do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT).
A Pasta, porém, não confirmou a quantidade de funcionários responsáveis pelo monitoramento no momento do incidente. A secretaria informou, ainda, que notificou as polícias Militar e Civil, Ministério Público e VIJ.
Falha
O presidente do Sindicato dos Servidores da Carreira Socioeducativa do DF (Sindsse-DF), Walter Marques, apontou precariedade no monitoramento das meninas. “Recomenda-se que, em caso de deslocamento do adolescente infrator, haja pelo menos dois agentes para cada interno. No momento da evasão, a quantidade de profissionais era insuficiente”, criticou.
Marques acrescentou que, para autorizar a escolta de adolescentes infratores, as unidades devem solicitar os serviços de agentes da Diretoria do Serviço de Segurança, Transporte e Acompanhamento (Disstae), da Secriança, treinados especificamente para esse tipo de situação. Entretanto, não havia servidores da Disstae mobilizados para acompanhar as jovens no evento na Asa Sul.
A Secriança não respondeu às denúncias sobre a ausência de profissionais qualificados para monitorar as internas. A coordenadora da Fundação Escola Superior do MPDFT, Linda Figueiredo, disse que não tinha conhecimento da presença de infratoras no local. “Apenas cedemos o espaço para o encontro”, explicou.
A reportagem tentou contato com o diretor da UISM, Antônio Raimundo dos Santos, mas ele não atendeu aos telefonemas.