Secretário de Saúde do DF pede desculpa a neto que carregou avó de 102 anos para tomar vacina
Segundo o general Pafiadache, os protocolos de manuseio da vacina da Pfizer inspiram cuidados maiores
atualizado
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O secretário de Saúde do Distrito Federal, general Pafiadache, pediu desculpas, nesta quinta-feira (23/9), ao homem que precisou carregar no colo a avó de 102 anos, para que a idosa pudesse tomar a dose de reforço da vacina contra a Covid-19. O caso, que ocorreu na quarta-feira (22/9) na UBS 3 do Recanto das Emas, gerou revolta nas redes sociais.
De acordo com o chefe da pasta, o imunizante da Pfizer exige medidas específicas de armazenamento e, por este motivo, não é possível disponibilizar tantos pontos de drive-thru. “Atualmente, nós só temos dois, por causa das condições especiais que a vacina requer”, explicou.
Pafiadache ressaltou que o protocolo adotado visa garantir segurança à administração da vacina, mas lamentou a forma como tudo ocorreu. “Peço desculpas ao Érick Farias e lamento o acontecido”, frisou.
O secretário destacou ainda que é possível agendar a ida de equipes volantes à casa dos idosos que não têm condições de se locomover. “Temos à disposição o telefone 160, que pode ajudar nessas situações”, completou.
Idosa foi carregada pelo neto
O vídeo publicado nas redes sociais gerou revolta entre internautas. A imagem mostra um homem carregando no colo a avó, de 102 anos, porque, segundo ele, os servidores da UBS 3 do Recanto das Emas se recusaram a aplicar a dose de reforço dentro do carro.
“O posto não me deixou entrar com minha avó para vacinar. Disse que não era drive-thru”, revoltou-se o homem na gravação. “Na primeira dose e na segunda, ela conseguiu tomar no carro, no estacionamento”, contou o servidor público Erick Farias, 34 anos.
Procurado pelo Metrópoles, Erick disse ter faltado bom senso aos funcionários da unidade. Ele conta que não havia ninguém na fila quando chegou com sua avó, Corina Farias. A mulher sofre de Alzheimer, está bastante debilitada e não consegue andar sozinha.
“Não ajudaram e nem ofereceram uma cadeira de rodas. Acho que faltou empatia. Se estivesse lotado, eu entenderia. Mas conversei das outras vezes com o pessoal e nos deixaram entrar com o veículo. Foi uma falta de respeito. Minha avó tem 102 anos e não precisava passar por isso”, explica. O vídeo foi publicado pelo site Diário da Ceilândia.
Confira abaixo:
O que diz a Secretaria de Saúde
A reportagem acionou a Secretaria de Saúde para comentar o vídeo, que respondeu por meio de nota enviada pela Diretoria de Atenção Primária da Região Sudoeste. O órgão explicou que a unidade em questão não vacina no modelo drive-thru e que, ao contrário do que informou o neto de Corina, a equipe da instituição ofereceu, sim, uma cadeira de rodas. Veja abaixo a resposta, na íntegra:
“A Diretoria de Atenção Primária da Região Sudoeste informa que a unidade não possui drive-thru para vacinação. Assim, a equipe prontamente ofereceu uma cadeira de rodas para transportar a paciente até o local de aplicação da dose. No entanto, o familiar da paciente recusou a utilização da cadeira de rodas, levou a paciente nos braços e filmou toda a ação.
É importante destacar que as vacinas necessitam de manejo e acondicionamento adequados, devendo permanecer na temperatura indicada pelo fabricante e não sendo recomendado o transporte em bandejas para aplicação em outro local. A Diretoria de Atenção Primária da Região Sudoeste pede desculpas pelo ocorrido e reforça que todas as devidas orientações sobre casos específicos de atendimento são repassadas para as equipes de saúde.“