Secretário de Saúde do DF critica o ministério: devia ajudar mais
Para Francisco Araújo, o ministro Luiz Henrique Mandetta tinha que se preocupar menos em “ficar o tempo todo em coletivas” sobre coronavírus
atualizado
Compartilhar notícia
O Secretário de Saúde do Distrito Federal voltou a criticar o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O chefe da pasta local, Francisco Araújo, afirmou que Mandetta deveria se preocupar menos em “ficar o tempo todo em coletivas” e “ajudar mais os estados”.
“Tudo que encaminhamos para o ministério não foi atendido. Pedimos 318 leitos de UTI, não tivemos resultado. O álcool em gel que veio não serve, os testes não funcionam, nem os aventais”, afirmou.
Araújo ainda criticou as sucessivos declarações feitas pelo ministério. “Há 15 dias, anunciaram duas mortes e tiveram que voltar atrás. Deveriam focar em trabalhar”, disparou, em coletiva de imprensa on-line na tarde desta segunda-feira (06/04).
O secretário acrescentou que “o ministério deveria mandar insumos, respiradores e habilitar os nossos leitos. Não está fácil correr como estamos correndo para dar conta da rede manter a população atendida. Mas não se pode chegar aqui fazendo previsões que desassosseguem as pessoas”, criticou.
Ele se referia à declaração de Mandetta de que a situação da epidemia no Distrito Federal é uma das mais preocupantes no país por conta da elevada taxa de incidência da doença na unidade da Federação.
O subsecretário de Vigilância à Saúde do DF, Eduardo Hage, também rebateu as afirmações do ministro de que há uma “aceleração descontrolada” nos casos de coronavírus. “Esse termo não tem base na literatura e não traduz o que é realizado na prática”, afirmou.
“Quando falamos em disseminação descontrolada, significa que nenhuma medida tomada é capaz de controlar o problema. Não é verdade. Temos resultados positivos em Brasília e em São Paulo, com medidas precoces de contenção”, completou, Hage.
O número de mortes por coronavírus no DF subiu para 10. Os dados do GDF foram atualizados às 15h04 desta segunda-feira (06/04). Até a noite de domingo (05/04), a capital do país tinha sete óbitos por Covid-19 confirmados.