Secretaria de Cultura explica lona em imagem de Exú: “Enxame de abelhas”
Após entidades denunciarem possível intolerância religiosa, Secretaria de Cultura e Federação de umbanda e candomblé esclarecem caso
atualizado
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Após entidades denunciarem um possível caso de intolerância religiosa contra a escultura de Exú na Praça dos Orixás em Brasília, que foi coberta e amarrada com uma lona plástica, a Secretaria de Cultura do Distrito Federal esclareceu que a ação foi preventiva, contra um enxame de abelhas.
“Como as abelhas estavam atacando os ativistas e visitantes praticantes de religiões de matriz africana, os bombeiros foram acionados, tiraram as abelhas e elas retornam à estátua. Para segurança do público presente nas festividades do Réveillon, optou-se por cobrir a estátua temporariamente e retirá-la do local, enquanto durasse a festa”, divulgou a pasta, em nota.
A ação foi coordenada pelo representante da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno, Rafael Moreira. A associação afirmou que a estátua só vai retornar à praça em 2 de janeiro, após a celebração do Réveillon da Praça dos Orixás, evento tradicional de religiões de matrizes africanas.
“Após a virada do ano, será realizado o procedimento de remoção do enxame de abelhas pelo profissional apicultor e a recolocação da escultura do Orixá Exú no seu devido lugar”, pontuou a Federação.
Intolerâncias
Apesar desse caso ter sido esclarecido, a Praça dos Orixás é alvo constante de ataques de intolerância nos últimos anos. Em agosto de 2021, em um dos casos mais recentes, a estátua de Ogum foi queimada. O local já foi alvo de incêndios criminosos outras vezes.
Também no ano passado, em novembro, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pediu informações ao Governo do Distrito Federal (GDF) sobre as providências tomadas para combater o vandalismo na praça. O espaço tem estátuas com símbolos de religiões de matriz africana.
No ano novo, religiosos celebram a passagem com comemorações tradicionais na Praça dos Orixás. O evento deste ano está sob responsabilidade da instituição denominada Missão Hoje, que atua na promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico.