Secretaria da Criança adia resultado final da eleição para conselhos tutelares

Os candidatos que participaram da eleição para conselheiro tutelar terão que esperar mais alguns dias para saber o resultado oficial do pleito. A Secretaria da Criança do DF informou, nesta terça-feira (6/10), que não vai publicar a relação final conforme foi anunciado. A pasta afirma que o resultado deve sair até o dia 23 de outubro. Fontes ouvidas pelo Metrópoles relataram uma série de irregularidades no dia da eleição, o que teria motivado o adiamento da divulgação do resultado.

Uma auditoria estaria sendo realizada na lista, uma vez que no dia da eleição teriam sido alterados critérios para os votantes, como apresentação de documentos. Locais de votação também foram supostamente mudados de última hora. Algumas pessoas não tiveram sequer o seu próprio voto computado. Outra denúncia que está sendo apurada é que uma única urna teria recebido mais votos do que o número de inscritos para votar naquela seção.

O processo eleitoral para os conselhos tutelares se tornou um grande imbróglio judicial. A eleição chegou a ser suspensa três vezes e só ocorreu depois que o GDF recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Vários candidatos denunciaram irregularidades, como indeferimento de inscrições mesmo daqueles com vasta experiência em lidar com crianças e adolescentes. O Metrópoles teve acesso ao balanço de uma urna que mostra que uma única candidata recebeu 175 votos, sendo que somente 108 pessoas apareceram na seção naquele dia.

“Desde o início, essa eleição apresentou diversos problemas. Ela já começou cheia de vícios. Em Ceilândia, tinha apenas 7 escolas para quase 600 mil habitantes”, comentou João Vitor Benevides, 30 anos, que não conseguiu se reeleger. Ele faz parte de um grupo que organizou um abaixo-assinado para tentar cancelar o resultado da eleição.

Apuração
A votação foi realizada neste domingo (4). Foram contabilizados 125 mil votos. A apuração, prevista para começar às 20h, teve início apenas à meia-noite e encerrou às 5h de segunda. Segundo a secretaria, a demora ocorreu porque alguns candidatos que estavam disponíveis para votação nas urnas foram impedidos de concorrer por falta de documentação ou comprovação de trabalho com crianças.

Além dos 200 titulares que atuarão em 40 conselhos, estão sendo escolhidos 400 suplentes, que assumirão em casos de vacância. O mandato é de quatro anos, com possibilidade de reeleição. A função dos conselheiros é zelar pelos direitos das crianças e dos adolescentes, solicitar providências legais e imediatas para protegê-los, como pleitear vagas em escolas públicas, além de fazer a ponte entre órgãos do governo quando necessário.

A posse dos conselheiros eleitos está prevista para o dia 10 de janeiro de 2016. Durante os próximos meses os indicados passarão por um curso de formação. A Secretaria da Criança ainda vai se pronunciar sobre o adiamento da publicação da lista oficial.