Secretaria corta ponto de servidores da assistência social em greve no DF
Os profissionais do setor pressionam para entrar no grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19
atualizado
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A Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (Sedes) informou na noite desta sexta-feira (5/2) que não vai computar o horário de trabalho de servidores que aderiram à greve anunciada nessa quinta-feira (4/2). A pasta orientou às chefias que informem em folha de ponto aqueles profissionais que não comparecerem ao local de trabalho.
O Sindicato dos Trabalhadores da Assistência Social e Cultural do GDF (Sindsasc-DF) orientou aos gestores das unidades de funcionamento ininterrupto que preenchessem a folha de frequência dos servidores em greve com os dizerem “Falta/Paralisação”.
Os funcionários públicos reivindicam inclusão na fila prioritária para vacinação contra a Covid-19. Eles estão distribuídos na Sedes, na Secretaria da Mulher e na pasta de Justiça e Cidadania (Sejus). O Sindsasc informou que 70% da categoria – que reúne 1,5 mil profissionais – aderiu ao movimento paradista.
Negociação
Nessa quinta, o secretário-executivo e o subsecretário de Administração Geral da Sedes-DF receberam os representantes do sindicato para ouvir as demandas dos servidores. Segundo a pasta, os grevistas alegam que “a Secretaria de Saúde gastaria apenas 1% das doses disponíveis” da vacina contra o novo coronavírus no DF para imunizar os profissionais da área.
Ainda de acordo com a Sedes, ao serem questionados, os sindicalistas não detalharam o cálculo feito para chegar a esse percentual. Na reunião, os gestores da pasta teriam explicado que estão adotando as medidas cabíveis para a manutenção dos serviços, como instalação de barreiras de separação, aferição de temperatura na entrada das unidades e disponibilização de álcool em gel.
“A intenção é que a população não fique prejudicada com a decisão dos servidores em paralisar as atividades, em especial os serviços socioassistenciais essenciais durante a pandemia, como a inclusão no Cadastro Único e em programas sociais, como o Bolsa Família e Prato Cheio”, afirmou a Sedes-DF.
A secretaria diz ainda que já vacinou mais de 1.200 pessoas, entre servidores e usuários da Rede de Assistência Social.
“É uma greve pela vida. Não queremos perder mais colegas nossos. Não queremos que mais um trabalhador da assistência social se torne vetor de propagação da Covid-19”, disse o presidente do Sindsasc, Clayton Avelar.
Segundo o sindicalista, alguns servidores foram vacinados “não por atuarem na assistência social e, sim, por cuidarem de idosos, pessoas com deficiência ou comorbidades” – público que está na lista prioritária da vacinação contra a Covid-19. “Continuamos, sim, fora do plano [distrital de imunização], mesmo atuando na linha de frente das ações contra a pandemia”, assinalou.