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Seca no DF agrava transmissão de coronavírus. Entenda por quê

A baixa umidade chegou – no fim de semana deve atingir 25% -, o que, associado a baixas temperaturas, resulta em infecções das vias aéreas

atualizado

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Pessoa anda com casaco no rosto para se proteger do sol
1 de 1 Pessoa anda com casaco no rosto para se proteger do sol - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O período de seca chegou ao Distrito Federal. Segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), até a próxima sexta-feira (19/06), o percentual da umidade relativa do ar deve ficar em torno dos 30%, com queda gradativa ao passar dos dias. E podendo chegar a 25% no fim de semana.

Tal situação pode se tornar um vetor para intensificação da transmissão do novo coronavírus. Três especialistas ouvidos pelo Metrópoles argumentam que, como a Covid-19 vem de uma família de vírus que causa infecções respiratórias, a seca pode influenciar na transmissão.

“Estamos em um período do ano caracterizado por temperaturas mais baixas que, associadas à redução da umidade, são razões da maior prevalência de infecções de via aérea superiores e inferiores”, aponta a doutora Larissa Camargo, otorrinolaringologista do Hospital Santa Lúcia Sul.

Segundo ela, o período de seca favorece a disseminação de vírus, bactérias e fungos, em virtude da redução de proteção da via aérea superior – os cílios de proteção – e da maior concentração de germes pela redução da umidade. “Logo, os germes, inclusive o coronavírus, apresentam maior tendência à disseminação, apresentando aumento do número de casos”, revela.

“Isso reforça a necessidade de ampliação dos cuidados de higiene, uso de máscaras e distanciamento social, bem como higiene ambiental, etiqueta individual e evitar aglomerações”, ressalta a especialista.

O doutor Marcos Pontes, clínico geral e diretor Técnico do Hospital de Campanha de Águas Lindas de Goiás, enfatiza a importância de manter os cuidados durante este período.

Confira o vídeo:

Já o doutor Luciano Lourenço, clínico geral e coordenador da Emergência do Hospital Santa Lúcia Sul, fortalece a fala dos companheiros. Ele assegura que o clima frio e seco facilita a contaminação, não só pelas características do vírus, que em temperaturas frias e secas tem maior capacidade de se manter vivo, mas também pelos quadros gripais.

“Quando o clima está frio e seco, os padrões alérgicos aumentam e contaminações por outros vírus também. As pessoas apresentam mais espirros, tosses, inflamações de mucosas que podem aumentar a chance de proliferação do coronavírus”, destaca.

Estudos

Diversos estudos estão sendo feitos para relacionar clima e o coronavírus. E também a fim de saber se a doença pode se tonar sazonal, ou seja, a epidemia poderia se repetir em certas épocas do ano. Uma das pesquisas mais recentes vem da Universidade de Sydney, na Austrália, em parceria com a Universidade de Xangai, na China.

A principal descoberta foi que, em períodos de menor umidade (como no inverno brasiliense, por exemplo), há maior probabilidade de aumento nos diagnósticos positivos de Covid-19. Segundo os autores, quando a umidade está baixa, o ar fica mais seco e os aerossóis se tornam menores.

Por isso, quando a pessoa contaminada espirra ou tosse, as partículas em aerossol ficam suspensas no ar por mais tempo, aumentando a chance de outras pessoas serem expostas ao vírus. Em tempos mais úmidos, os aerossóis ficam mais pesados e se depositam em superfícies mais rapidamente.

“A doença é, possivelmente, sazonal e aparecerá em períodos de menor umidade. Teremos de pensar que, se é inverno, pode ser época de coronavírus”, diz o epidemiologista Michael Ward, responsável pela pesquisa, que deve seguir nos próximos meses para verificar como o vírus se comporta durante outras temporadas climáticas. O estudo australiano é importante, principalmente para os brasileiros, uma vez que o clima dos dois países é semelhante.

Recomendações

As principais recomendações da Defesa Civil durante a época de seca são evitar a prática de atividades ao ar livre no período das 10h às 17h, aumentar a ingestão de líquidos, não tomar banhos prolongados com água quente e muito sabonete, descartar o uso excessivo de ar-condicionado e usar protetor solar. Crianças e idosos precisam de atenção especial, pois são os mais afetados.

A isso se junta a necessidade de se manter o isolamento social e a utilização de máscara. Esse é mais um motivo para as pessoas só saírem de casa em casos necessários, uma vez que a seca combinada com o uso do equipamento facial pode dificultar bastante a respiração.

Fique atento!

Entre 21% e 30% (estado de atenção)

  • Evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11h e 15h;
  • Umidificar o ambiente por meio de vaporizadores, toalhas molhadas e recipientes com água;
  • Consumir água à vontade.

Entre 12% e 20% (estado de alerta)

  • Observar as recomendações do estado de atenção;
  • Suprimir exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10h e 17h;
  • Evitar aglomerações em ambientes fechados;
  • Usar soro fisiológico nos olhos e nas narinas.

Abaixo de 12% (estado de emergência)

  • Observar as recomendações para os estados de atenção e de alerta;
  • Interromper qualquer atividade ao ar livre entre 10h e 16h, como aulas de educação física, coleta de lixo, entrega de correspondência, etc;
  • Durante as tardes, manter os ambientes internos úmidos, principalmente quartos de crianças, hospitais, etc.
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Segundo Inmet, não há previsão de chuva
Com a seca e a temperatura baixa, sobe a possibilidade de se adquirir doenças respiratórias
Os estudantes devem ser orientados sobre a forma correta de lavar as mãos
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Temperatura pode chegar a 35ºC nesta segunda (20/9)

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Segundo Inmet, não há previsão de chuva

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Com a seca e a temperatura baixa, sobe a possibilidade de se adquirir doenças respiratórias

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Os estudantes devem ser orientados sobre a forma correta de lavar as mãos

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