Voluntários fazem vaquinha para trocar armários do Hmib
Mobilização é para melhorar a infraestrutura da UTI do Hospital Materno Infantil de Brasília. Como o equipamento está gasto e danificado, há o temor de que medicamentos possam ser contaminados. Custo estimado é de R$ 9 mil, dos quais já foram arrecadados R$ 7.950 até a tarde desta sexta (9/9). GDF diz não ter dinheiro para pagar pela reforma
atualizado
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Voluntários do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) cansaram de esperar por uma ação do Governo do Distrito Federal. Ao assistir à falta de objetos básicos para os funcionários trabalharem, decidiram criar uma vaquinha na internet a fim de trocar os armários das salas de prescrição e preparo de medicação da unidade que atende bebês, crianças e mães. A intenção é evitar erros e contaminações nos pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido à falta de espaço adequado para armazenagem dos medicamentos.
No vídeo, uma voluntária da Associação Viva e Deixe Viver afirma que o GDF sempre diz que não há dinheiro para trocar os armários, por isso, decidiu entrar no site e pedir a colaboração.“Como todos sabemos, especialmente quem mora em Brasília, o GDF repassa poucos recursos para a saúde, principalmente para esse tipo de necessidade, e as crianças não podem esperar. Postaremos a prestação de contas e fotos dos armários novos quando tudo estiver pronto. Contamos com vocês”, afirma a voluntária Priscila Castello Branco.
Ela e os companheiros de trabalho pediram a ajuda por meio do site www.vakinha.com.br. A campanha vai até 21 de novembro e, até a tarde desta sexta-feira (9/9), os voluntários já tinham arrecadado R$ 7.950 dos R$ 9 mil necessários.
Nos comentários, embora os brasilienses se mostrem dispostos a ajudar, frisam que muitos dos problemas da saúde pública local são em função da má gestão de recursos públicos.
Voluntariado
O trabalho dos voluntários no Hmib começou em 1995. Eles atuam a partir da iniciativa de associações. A Associação Viva e Deixe Viver, da qual Priscila participa, conta histórias para humanizar o atendimento e confortar quem enfrenta longos tratamentos. “A gente vê a dificuldade no dia a dia dos enfermeiros, médicos. Sempre tentamos ajudar. Esta não é a primeira vez que fazemos uma vaquinha”, afirmou.
Priscila é advogada e começou a atuar como voluntária depois que o filho precisou fazer um tratamento que durou um mês em um hospital de São Paulo. “Conheci o grupo lá e decidi ajudar aqui. É uma associação nacional”, contou. Segundo ela, certa vez faltava um colchão pneumático para uma criança. Os funcionários se uniram e compraram o equipamento. “Outra vez, faltava uma cadeira e também fizemos vaquinha. No caso dos armários, o preço é muito alto. Por isso, decidimos fazer a arrecadação virtual”, relatou.
Hoje, a Associação Viva e Deixe Viver mantém 80 voluntários contadores de histórias no Hmib e no Hospital Regional de Ceilândia (HRC).