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Vítima de AVC sofre com falha técnica e falta de leito de UTI no DF

A professora aposentada Gislene Maria de Almeida, 69 anos, aguarda por vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

atualizado

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Arquivo Pessoal
1 de 1 - Foto: Arquivo Pessoal

A professora aposentada da rede pública Gislene Maria de Almeida, 69 anos, aguarda por vaga na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital de Base (HBDF) desde a noite de segunda-feira (11/3). Conforme o filho dela, o motorista de aplicativo Thiago de Almeida, 35 anos, a mulher sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico que atingiu metade do cérebro e provocou paralisia no lado esquerdo do corpo. Sem tratamento adequado, ele teme pelo agravo das sequelas.

“O que a gente mais vê aqui é gente morrendo. O Hospital de Base mudou, as pessoas estão mais animadas trabalhando, mas, aparentemente, os problemas são os mesmos: falta estrutura”, disse Thiago. Por meio da Defensoria Pública, ele e a prima, a estudante Guiomar Almeida, 35 anos, conseguiram decisão favorável da Justiça, por volta das 7h desta quarta-feira (13/3), para obrigar o Governo do DF a transferir a professora. Mesmo assim, ela continua na fila de espera.

Guiomar relatou dificuldades até para cadastrar o nome de Gislene no software da rede pública para torná-la elegível a uma vaga na UTI. Segundo a estudante, o registro da tia no chamado Complexo Regulador, sistema responsável pelo gerenciamento dos candidatos a leitos, só aconteceu após a decisão judicial.

“Eles tentaram inserir o nome dela pelo computador, mas o sistema não aceitava. Isso por dois dias. Não era por falta de vaga. O sistema não estava funcionando, e as pessoas padecem porque precisam ter o nome lá”, desabafou Guiomar. Antes de conseguir fazer o cadastro, ela recebeu o relatório médico de um residente em neurologia que atestou a dificuldade de transferência e o problema para inserção na lista de regulação (veja abaixo).

Arquivo Pessoal

O outro lado
A Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) reconheceu o problema inicial de falta de vaga e acrescentou que Gislene é parte de um universo de 81 pessoas já cadastradas à espera de leito de UTI no DF. “Essas buscas ocorrem tanto nas unidades da rede pública quanto em hospitais privados”, assegurou a pasta, por meio de sua assessoria.

De acordo com a SES, as vagas de UTI são ofertadas pela rede, não por unidade. Por isso, o fato de a professora de 69 anos não ter conseguido a internação adequada significa que todos os leitos do DF estão ocupados. Sobre a falha no sistema que atrasou o cadastro de Gislene, a pasta simplesmente negou.

Enquanto isso, Thiago diz não dormir desde a noite de segunda-feira e que conta com a bondade de amigos próximos e de outros familiares para cuidar da esposa e da filha de 3 anos na casa onde mora com Gislene, em Taguatinga Norte. Até a publicação desta matéria, a mulher permanecia aguardando o leito.

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