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Vistoria após morte no IHB tem confusão com distrital e “mão na arma”

Paciente de 74 anos morreu na fila por um leito de UTI. Deputado foi ao local e se envolveu em bate-boca tenso

atualizado

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1 de 1 wellington luiz - Foto: Vídeo/Reprodução

Uma fiscalização conjunta do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Brasília (SindSaúde) e da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) terminou em confusão após ser constatada a falta de 16 medicamentos no Instituto Hospital de Base (IHB), além da ausência de equipamentos básicos para a realização de procedimentos em pacientes.

A vistoria ocorreu no domingo (10/9), após denúncia anônima pela morte de Márcia Aparecida Silva, 74 anos, e foi realizada por representantes do SindSaúde e pelo deputado distrital Wellington Luiz (MDB), vice-presidente da CLDF.

A entrada nas dependências da unidade foi negada pelos vigilantes do hospital, o que resultou numa discussão entre os seguranças e o emedebista. No momento mais tenso, o agente chegou a pôr a mão na arma, ao passo que Wellington Luiz, que é policial civil e também levou a mão à cintura, indicando que também estaria armado.

“Eu disse para ele tirar a mão da arma, que eu sou deputado e uma das minhas prerrogativas é fiscalizar. Por que não me deixaram entrar, o que estão querendo esconder?”, questionou.

O deputado divulgou um vídeo nas redes sociais mostrando a visita ao IHB e a negativa de acesso:

 

A inspeção ao IHB resultou em informativo produzido pelo vice-presidente da Casa legislativa. Anexado ao documento, consta um relatório assinado pela médica Sandra Alves e Silva, que alega ter feito tentativas de transferência da paciente para o Instituto de Cardiologia do DF (ICDF). O caso de Márcia Aparecida foi classificado como nível 2, de média complexidade.

“Liguei na regulação novamente e fui informada que o que define a prioridade não é o diagnóstico do paciente, mas o fato de ele estar ou não entubado. Tentei novo contato com o ICDF e falei com o plantonista, que me informou a existência de uma vaga e que esta seria disponibilizada para a paciente, mediante autorização da regulação. A reguladora disse não saber da existência da vaga e que iria rever a lista de prioridades antes da disponibilização”, diz trecho do relatório.

Representação produzida durante fiscalização no IHB by Metropoles on Scribd

A idosa, que era cardíaca, teve uma parada cardiorrespiratória no hospital. Nesses casos, o procedimento padrão, conforme consta no depoimento da médica, seria a realização de uma reanimação com massagem cardíaca. No entanto, não havia à disposição uma prancha rígida – usada nessas situações –, e o desfibrilador estava sem o cabo. “A equipe da sala amarela não sabia como proceder nem onde estavam as medicações para reverter o quadro”, escreveu a médica.

“Só melhorou a propaganda”
Para a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, a conversão do Hospital de Base num instituto piorou a gestão. “Tiraram gente que sabia como tocar o barco e colocaram, no lugar, pessoas que não sabem como a unidade funciona. O governo está mais preocupado com a publicidade do que com o bem-estar do paciente”, critica Marli.

“O que houve ali foi um homicídio. Se havia a vaga na UTI, por que não transferiu? Além disso, ela sofreu uma parada cardíaca e não tinham os equipamentos para o atendimento”, completou o deputado Wellington Luiz.

O IHB informou que está apurando a denúncia e os fatos. “A disponibilidade de medicamentos é dinâmica, visto que, permanentemente, recebe-se e consome-se uma infinidade de  insumos. No momento, dos 100 remédios mais críticos do hospital, 91 estão em estoque e os 9 não disponíveis podem ser substituídos. Ressalta-se que todos os medicamentos  estão contratados e foram realizados os pedidos, dos quais se aguarda a entrega pelos fornecedores”, diz o instituto.

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