Vídeo: homem espera atendimento com barriga cortada em hospital no DF
O caso aconteceu na madrugada dessa quinta-feira (19/09/2019). Joseílson Pereira da Costa, 34, teve o abdômen rasgado por uma facada
atualizado
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Um vídeo que denuncia a falta de atendimento no Hospital Regional do Gama (HRG) circula desde a madrugada dessa quinta-feira (19/09/2019) em grupos na internet. Na filmagem, é mostrado um homem, vítima de esfaqueamento, deitado em uma maca no corredor da unidade e é dito que a assistência foi negada.
Joseílson Pereira da Costa, 34 anos, chegou ao HRG transferido da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Parque Marajó, de Valparaíso de Goiás. Lá não havia condições de que fosse realizada uma cirurgia da complexidade do caso e ele foi transportado, por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) até o Gama.
Ao chegar ao local, no entanto, ele não teria sido atendido de imediato. Segundo a autora das imagens, ela afirma que o paciente está passando “muito frio, sede intensa”. Segundo ela, havia médicos e anestesistas no centro cirúrgico, mas não havia ninguém disposto a atender. “Simplesmente eles falaram que não vão receber o paciente, pois o atendimento está restrito. Esse é o caos que estamos aqui”, reclama.
Durante a gravação, é possível ver Joseílson retirando alguns acessos feitos pela equipe em Valparaíso devido ao mal-estar, segundo a autora do vídeo. “O paciente vai vir a óbito no corredor. Falaram que não vão receber, que não tem como receber e pronto”, desespera-se.
Veja o vídeo do paciente esperando atendimento no corredor do HRG:
O que diz a Secretaria de Saúde
De acordo com a assessoria da Superintendência da Região de Saúde Sul, a notícia da chegada do paciente com ruptura abdominal aconteceu a 1h33 da manhã. “Ele chegou acompanhado da médica e da enfermeira da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). À 1h42 foram feitos os primeiros procedimentos”, afirma.
A cirurgia só não foi iniciada de imediato, disse a assessoria, porque as duas unidades cirúrgicas do HRG estavam ocupadas no momento. “Não houve negativa. Negar significa ter condições de atender e, por negligência, se recusar. Nesse caso, não havia como ser realizada a cirurgia”, justifica.
A assessoria ainda argumenta que a UPA de Valparaíso não avisou que levaria Joseílson ao hospital, o que atrapalhou as operações. “A unidade estava, desde as 20h, em estado de restrição. Um dos anestesistas estava de atestado e não foi trabalhar, além da lotação. Mesmo assim, quando ele chegou ainda foi tentado contato com outros quatro hospitais para que o paciente fosse a um local onde pudesse ser atendido de imediato.”
Após passar pela cirurgia, o homem vítima de esfaqueamento foi encaminhado à enfermaria e passa bem, segundo a assessoria. A reportagem tentou contato com a prefeitura de Valparaíso de Goiás, mas não obteve resposta até a última atualização deste texto.