Unidade de neurocirurgia do Hospital de Base do DF ameaça fechar as portas
Em memorando enviado à diretoria do hospital, médicos afirmam ser impossível trabalhar sem o suporte radiológico de tomografia e ressonância magnética. O documento trata a situação como insustentável
atualizado
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Documento encaminhado na última terça-feira (1/12), por profissionais da Unidade de Neurocirurgia do Hospital de Base do DF ao gabinete diretor do centro de saúde, ameaça parar os atendimentos na área por conta da ausência de aparelho de tomógrafo e de ressonância magnética.
Os reclamantes justificam que o atendimento de pacientes com patologias neurocirúrgicas – como traumatismo craniano, hemorragias cerebrais, hidrocefalia e tumores – precisam obrigatoriamente dos exame para o diagnóstico, acompanhamento e tratamento.
“É catastrófico o não funcionamento dos tomógrafos deste hospital (existem 2 aparelhos quebrados no HBDF), 24 horas por dia, acarretando aumento do índice de morbidade e mortalidade dos nossos pacientes diariamente”, diz um dos trechos do documento que o Metrópoles teve acesso.
Caso não haja solução definitiva e imediata, é possível que a unidade encerre as atividades, inclusive o atendimento de emergência, já que “nenhum paciente pode ser submetido a nenhum procedimento neurocirúrgico sem avaliação radiológica prévia”.
O conserto dos tomógrafos quebrados na rede pública de Saúde vai depender da Justiça. As empresas que fazem manutenção dos aparelhos se recusaram a fazer os reparos por conta de dívidas do Executivo local, que deve R$ 2,2 milhões para a GE, a Siemens e a Philips.
A Secretaria de Saúde afirmou, em nota, que já tem conhecimento do documento e esclareceu que adotará as medidas cabíveis no sentido de minimizar os impactos causados pela falta dos equipamentos.
A secretaria informa, também, que está tomando todas as medidas legais para o conserto das máquinas, “que somente pode ser feita pelas empresas fabricantes, visto que não há oferta do serviço por outros prestadores. A Saúde espera colocar todos os equipamentos em funcionamento o mais rapidamente possível”.