Transferência de alas da cirurgia plástica e ginecologia preocupa servidores do Hran
Segundo a Secretaria de Saúde, a medida é temporária, apenas no período de férias, quando o movimento é reduzido
atualizado
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As alas de cirurgia plástica e ginecologia do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) estão sendo remanejadas para outros andares da unidade. A medida tomada pela Secretaria de Saúde desagradou médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. A preocupação dos servidores é que o atendimento seja prejudicado e os serviços suspensos.
Os profissionais alegam que na cirurgia plástica do Hran não se realizam procedimentos puramente estéticos. São atendidos pacientes com câncer que precisam de enxertos; vítimas de acidente que precisam de cirurgia reparadora; os que se submetem a cirurgias bariátricas e precisam de retirada do excesso de pele; mulheres que precisam fazer reconstrução mamária; e os doentes crônicos que desenvolvem escaras pelo longo tempo deitados.
“Os próprios queimados, cujo atendimento também é exclusivo no Hran, vão ser prejudicados com essa medida. É uma insensatez que precisa ser evitada”, afirma o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Gutemberg Fialho. Uma manifestação está sendo organizada pelos servidores.
O outro lado
A medida, segundo nota da Secretaria de Saúde, é necessária para “manter o funcionamento da unidade durante o período de recessos de fim de ano e férias”. Segundo o sindicato, a mudança pode afetar mais de cinco mil pacientes. Nessa fila, de acordo com a entidade, estariam 80 casos de tumor maligno que, pela retirada de tecidos, precisam de enxertos para minimizar o trauma e as dificuldades de conviver com a mutilação.
A secretária-adjunta de Saúde, Eliane Berg, no entanto, frisou que não existe a intenção de fechar os serviços: “O trabalho da nossa cirurgia plástica é de cirurgia de reparação, de extrema relevância, que jamais poderia deixar de existir, assim como a ginecologia”. O diretor do Hran reitera que as cirurgias continuarão acontecendo, sem prejuízo aos pacientes. “Essas duas clínicas operam muito, mas há uma queda durante esse período do ano. Por isso, o remanejamento não será prejudicial”, explicou.