Teste do pezinho no DF é referência na América Latina
São realizados aproximadamente 120 mil exames mensais na rede pública de saúde do Distrito Federal
atualizado
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O Distrito Federal é o único na América Latina que faz o teste do pezinho ampliado coberto 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nele são diagnosticadas 27 doenças, enquanto nas outras unidades da Federação são testadas apenas seis patologias pelo Programa de Triagem Neonatal do Ministério da Saúde. Como nascem uma média de 4,5 mil crianças por mês na rede pública de saúde do DF, são realizados aproximadamente 120 mil exames mensais.
“Existem alguns estados que fazem uma ou outra doença a mais com a ajuda de associações. Só no DF os exames são totalmente custeados pelo SUS”, disse a chefe do Núcleo de Genética do Hospital de Apoio, Gisele Maria Araújo Félix Adjuto.
O núcleo é responsável por receber todas as amostras dos testes que, em sua grande maioria, são coletados nas próprias maternidades. O restante vem dos 93 pontos de coleta espalhados nos postos e unidades de saúde.
O teste do pezinho no DF foi ampliado pela lei distrital 4.190, que o instituiu para todos os nascidos vivos. “Somos referência nacional e sabemos que fazemos a diferença na vida das crianças. E não beneficiamos apenas os nascidos na rede pública, alguns pais que têm o filho na rede privada vem fazer o teste aqui conosco por saber que somos extremamente referenciados”, destacou a responsável pela área.
Uma vez que o material coletado chega até o núcleo, ele passa por um processo de avaliação da qualidade da amostra, etiquetagem, colocação de código de barras, cadastramento em um sistema informatizado, para depois passar para a área técnica. “Hoje dispomos de um parque de equipamentos de última geração, utilizados no primeiro mundo”, disse Gisele Adjuto. Os exames são liberados em, no máximo dez dias, mas pode ser utilizado metade desse tempo.
Investigação
O processo ainda conta com um setor de busca ativa, onde os funcionários são responsáveis por entrar em contato com a família da criança que o teste deu algum tipo de alteração para fazer a recoleta. Quando não é possível encontrar com base nos dados preenchidos no cartão, o setor conta com a ajuda do serviço social. “Conseguimos achar uma criança que era filha de uma moradora de rua”, disse o assessor técnico da genética bioquímica, Joselito Santos.
Quando o teste apresenta alguma alteração, de acordo com Joselito, é necessário repeti-lo para analisar se não foi um erro do laboratório, um problema na coleta ou mesmo para confirmar a alteração. “Temos um ambulatório que funciona de segunda a sexta para reavaliar essas crianças, porque sabemos que estamos triando doenças tratáveis, na grande maioria das vezes, e com isso prevenimos sequelas e evitamos problemas futuros”, ressaltou.
Certificação
De acordo com Joselito, todos os serviços laboratoriais têm certificados de qualidade. Atualmente, o laboratório é avaliado pelo controle interno e três externos, sendo dois internacionais e um nacional. Um é do CDC de Atlanta, que é considerado o mais eficiente do mundo na triagem neonatal; outro é da Sociedade de Clínica Química da Argentina e, aqui no Brasil, o local participa do controle da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas no Programa Nacional do Controle de Qualidade.
Informações da assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde do DF