Suspeitas de febre amarela aumentam no DF, mas Saúde descarta surto
Em três meses, Secretaria de Saúde registrou 25 casos suspeitos. Em janeiro, uma morte foi confirmada. Agora, outro caso é investigado
atualizado
Compartilhar notícia
Com o Brasil em estado de alerta devido ao crescimento dos registros de febre amarela, é preocupante o aumento de casos suspeitos este ano no Distrito Federal. Em apenas três meses, a Secretaria de Saúde já recebeu 25 notificações da doença. Durante todo o ano passado, foram 24. E o mais grave: o DF já teve uma morte confirmada neste ano (em todo o país, foram 141). Em 2016, não houve nenhuma confirmação da doença entre os brasilienses.
Segundo o Ministério da Saúde, o DF está localizado em uma área considerada endêmica, e recebe muitos visitantes de Minas Gerais, o estado brasileiro com mais casos suspeitos e mortes pela doença em 2017. A única vítima de febre amarela na capital do país, um pedreiro de 40 anos, veio justamente de Minas com os sintomas da doença. Ele morreu em janeiro e teve o diagnóstico confirmado pelas autoridades de saúde. Além de Minas, São Paulo, Espírito Santo e Bahia enfrentam um surto de febre amarela.
Segundo Heloísa Araújo, diretora da Vigilância Epidemiológica local, tanto a população urbana quanto a rural do DF está protegida, pois a cobertura vacinal é alta. Para ela, o aumento de notificações no DF é resultado do reforço na vigilância, impulsionado pelo alerta nacional.
Quanto mais orientamos os serviços de saúde que notifiquem todos os casos suspeitos, mais aumentamos o número de investigações
Heloísa Araújo, diretora da Vigilância Epidemiológica
Imunização
A vacinação contra a febre amarela é ofertada pelos postos de saúde da rede pública durante todo o ano. Em janeiro, a Saúde recebeu 176 mil doses do governo federal. De lá para cá, 122 mil pessoas foram vacinadas.
Pacientes sem a vacina contra febre amarela em dia e que apresentem febre há mais de uma semana, além de pele e olhos amarelados, entram para o registro de casos suspeitos da doença. O Ministério da Saúde registrou neste ano, até a última segunda (20), 1.561 suspeitas: 448 foram confirmadas, 850 estão em investigação e 263 casos acabaram descartados até o momento.
A situação brasileira tem assustado os países que até então constavam na lista da Organização Mundial da Saúde (OMS) como não tendo exigência da vacina. Nicarágua, Panamá, Venezuela e Cuba decidiram exigir o registro no Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atualiza a lista de países com exigência vacinal (selecione o país no canto superior esquerdo da tela): www.viajante.anvisa.gov.br/viajante/