Superlotada, emergência do Hran continua atendendo apenas casos graves
O hospital restringiu o serviço nesta sexta (24/05/2019). No total, 88 pessoas estão no pronto-socorro, que tem capacidade para 58 leitos
atualizado
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Nesta sexta-feira (24/05/2019), o atendimento na emergência do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) está restrito aos casos graves, com classificação laranja e vermelha, segundo informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. De acordo com a pasta, um médico está de plantão na pediatria, onde estão internadas 14 crianças. O profissional reavalia os internados e, por esse motivo, o assistência a novos pacientes também está restrita aos casos com classificação vermelha.
No total, 88 pessoas se encontram no pronto-socorro, que tem capacidade para 58 leitos. “A direção do Hran informa que, na manhã desta sexta-feira, seis clínicos estão de plantão na emergência. Um médico atende casos graves no box, quatro avaliam pacientes internados na enfermaria e um assiste novos pacientes recebidos no pronto-socorro”, esclareceu por meio de nota.
Na quinta-feira (23/05/2019), a unidade de saúde também estava com atendimento restrito apenas para casos com classificação vermelha. Algumas pessoas esperavam desde as 17h de quarta-feira e não haviam sido chamadas no começo da manhã de quinta. “Estão com pulseira laranja, que indica muito urgente, mas não estão sendo atendidas. É um descaso com a população e falta de ética, pois os médicos de plantão não atendem”, desabafou uma mulher que estava no local ao Metrópoles. Segundo ela, muitas desistiram de esperar.
Falta de macas
A diretora-comercial Sandra Aparecida, 36 anos, registrou na quarta-feira a cena de um paciente deitado no chão. Ele aguardava atendimento na enfermaria do Hran quando a foto foi tirada, conta a testemunha, embora ela não saiba a identidade do homem ou por quanto tempo esperou. O rosto dele está coberto por um lençol do hospital.
Sandra acompanhava a mãe, Maria, 57, que precisava ser internada. A mulher teve um acidente vascular cerebral (AVC) pela manhã, por volta de 8h, e foi levada ao Hospital de Base. Ela desmaiou na porta da unidade antes de ser atendida. Em seguida, teria sido encaminhada ao posto de saúde na 612 sul, pois o Base estaria lotado. Maria retornou ao hospital após exames e acabou transportada ao Hran, contaram as filhas.
De acordo com a professora Gabriela Aparecida, 22, a outra filha de Maria, o tempo de espera no Hran foi em torno de quatro horas. Não havia espaço para todos os pacientes, razão pela qual o Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) cederam as próprias macas. Alguns equipamentos para exames também estariam sem funcionar.
Gabriela afirma que a situação foi amenizada na quinta-feira (23/05/2019), após o Hran restringir o atendimento para clínica médica e pediatria.