SindMédico denuncia aumento de mortes em hospitais à CPI da Saúde
Sistema de informações do SUS mostra crescimento de 15,24% entre 2015 e 2016. Presidente da comissão diz que dados merecem ser investigados
atualizado
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As unidades da saúde pública do Distrito Federal registraram mais mortes este ano em comparação com 2015. A situação preocupa e foi mostrada nesta segunda-feira (12/12) por representantes dos médicos da rede pública aos integrantes da CPI da Saúde na Câmara Legislativa, que prometeram investigar.
O aumento no número de mortes foi de 15,24% de outubro de 2015 a setembro deste ano. Os dados são do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), do Ministério da Saúde. Foram 874 mortes a mais no período analisado.
“Esse elevado número de mortes está ocorrendo em decorrência da desassistência que os pacientes têm recebido. Eles precisam de um exame que não pode ser feito por falta de equipamentos, ou de uma cirurgia que não é feita em tempo hábil. Ou o paciente morre, como estamos vendo, ou acaba ficando com graves sequelas”, afirma Gutemberg.
De acordo com ele, há paciente que precisa de 4 horas de sessão de hemodiálise por dia e só tem 2 horas. Outro que precisa de quimioterapia e falta reagente. “Esse paciente vai no mínimo ter sua expectativa de vida reduzida”, ressaltou.
Já a professora do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) Carla Pintas diz que as causas externas, como acidentes de trânsito e violência urbana, são as que mais matam no DF e no restante do país.
CPI da Saúde
O presidente da CPI da Saúde, deputado Wellington Luiz (PMDB), considerou a denúncia como grave. “Vamos pedir vistas de todos os dados apresentados pelo presidente do SindMédico e tomar conhecimento da denúncia apresentada, pois é algo grave e de teor desta CPI”, ressaltou.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde informou que “os dados estão em análise pela Subsecretaria de Planejamento em Saúde (Suplans) e somente após a finalização dessa observação minuciosa a pasta poderá emitir posicionamento sobre o assunto”.
Assim como o número de mortes, houve aumento no número de internações de 2015 para 2016 – foram 139,8 mil contra 133,2 mil. Confira os números de mortes hospitalares em 2015.