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Servidor da Secretaria de Saúde morre à espera de leito em UTI

De acordo com a família do técnico de gesso, não houve negligência, mas falta de estrutura hospitalar. Adalberto Passos deu entrada no Hospital Regional de Taguatinga no sábado (2/4) e morreu dois dias depois

atualizado

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Agência Brasília/Divulgação
HRT
1 de 1 HRT - Foto: Agência Brasília/Divulgação

A falta de leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da rede pública de saúde do Distrito Federal vitimou um servidor da própria Secretaria de Saúde. Técnico de gesso do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), Adalberto Manoel da Silva Passos, de 49 anos, deu entrada na unidade no sábado (2/4) com um quadro de hemorragia digestiva. No entanto, o paciente morreu na segunda-feira (4), após demora para conseguir uma vaga na UTI com o suporte necessário. O caso foi parar na Justiça.

Metrópoles teve acesso ao prontuário de Adalberto, que mostra que o quadro clínico dele se agravou desde a internação. Foram 28 horas entre a solicitação de vaga na UTI e disponibilidade de leito adequado. De acordo com o documento, a vaga na unidade intensiva foi disponibilizada cerca de uma hora e meia antes do óbito, mas o quarto precisou ser limpo — o que demorou cerca de duas horas.

Irmã de Adalberto, a fotógrafa Regina Maria da Silva Rezende, 42 anos, chegou a pedir na Justiça o direito de transferir o irmão para uma UTI particular caso o leito não fosse disponibilizado na rede pública. “Entramos com o pedido e, em questão de horas, ele havia sido deferido. O problema é que pedimos no domingo (3) à noite e ele já não tinha condições de ser transferido”, contou Regina.

Arquivo pessoalEla conta que não houve negligência médica ou falta de atendimento no HRT. “O que ocorreu foi falta de estrutura hospitalar. Ficou tempo demais em uma ala de doenças infecciosas, e a UTI que ele precisava não chegou a tempo”, esclareceu. “Foi falta de pessoal, não de interesse”, concluiu Regina, emocionada.

Meu irmão precisou de uma medicação para o coração que reverte as paradas cardíacas, e o remédio não estava disponível na rede hospitalar. Os colegas dele se juntaram e conseguiram comprar em Valparaíso (GO). Ele precisou realizar hemodiálise e não tinha a máquina no hospital. Para fazer a endoscopia, teve que ser transferido para o Hospital de Base. Saiu do HRT andando e falando, mas quando voltou já estava muito mal e ainda retornou à ala (de doenças infecciosas), onde ficou internado com mais 20 pessoas.

Regina Maria da Silva Rezende, irmã de Adalberto

Assistência
Procurada, a Secretaria de Saúde informou, em nota, que o paciente ficou internado na unidade durante três dias, onde recebeu toda a assistência médica, “inclusive com direcionamento para um leito de UTI”. “Contudo, pelo quadro clínico crítico, ele não resistiu e faleceu antes da transferência. A causa da morte é desconhecida”, completou a nota.

A pasta informou ainda que o diretor do HRT compareceu ao velório e ao enterro de Adalberto, e que a secretaria se solidariza com a família do servidor, “que por longos anos prestou serviço, de forma exemplar, à população do Distrito Federal”.

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