Secretário de Saúde explica medidas de combate à Covid-19 a distritais
Deputados não ficaram satisfeitos com explicações sobre UTIs, materiais adquiridos pelo governo e fornecimento de EPIs para equipes de Saúde
atualizado
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No dia em que o Distrito Federal chegou a 79 mortes pelo novo coronavírus, deputados distritais se reuniram com o secretário de Saúde, Francisco Araújo, para tratar das medidas adotadas pelo Executivo local no enfrentamento da pandemia de Covid-19.
O encontro, presencial, ocorreu na sede da Câmara Legislativa, na tarde desta quinta-feira (21/05). Todos os participantes usavam máscaras de proteção facial. Francisco Araújo chegou e saiu do prédio sem falar com a impressa. Parlamentares que participaram da reunião se mostraram insatisfeitos, ao final da conversa.
Os distritais apresentaram ao secretário reclamações de servidores da área de Saúde – os mais afetados dentre os profissionais que estão na linha de frente de combate à doença. Eram denúncias sobre baixa qualidade do equipamento de trabalho, como as máscaras faciais distribuídas pela Secretaria de Saúde, bem como queixas de falta de estrutura e de equipamentos de proteção individual (EPIs).
Conforme o relato dos deputados, o secretário respondeu que os materiais comprados pelo GDF vêm sendo testados e estão dentro do padrão. Contudo, reconheceu dificuldades para a aquisição de equipamentos. O secretário destacou que todo o investimento feito agora pelo Executivo para o combate ao coronavírus ficará para o sistema de saúde do DF, passada a pandemia.
Outro ponto abordado foi a montagem de leitos em unidades de terapia intensiva (UTIs) para os pacientes com coronavírus. Segundo o planejamento do governo, 827 leitos particulares estão sendo contratados pelo governo. Porém, Francisco Araújo não teria informado aos deputados em que pé está a liberação dos novos leitos aos pacientes.
“As resposta não foram suficientes. Eles disseram que os materiais que vêm sendo adquiridos foram testados, mas cadê os dados, a assinatura do servidor atestando que os materiais estão sendo comprados com qualidade”, questionou Jorge Vianna (Podemos).
“O secretário negou que haja falta de material, mas eu mesmo vi, na UPA de Samambaia, um capote sendo reutilizado por falta de material. Eu avisei para que, se morrer algum servidor, ele será responsabilizado, pois os servidores estão desprotegidos”, ressaltou.
De acordo com boletim sobre o avanço do coronavírus no DF divulgado nesta quinta-feira (21/05) pela Secretaria de Saúde, já eram 587 profissionais da área acometidos pela doença, sendo que três servidores morreram em decorrência da Covid-19.
Médica, a deputada Arlete Sampaio, reclamou de falta de transparência do governo: “Fica claro que está tendo uma falta de transparência nas informações. Para tudo ele tem uma resposta, mas elas nunca são satisfatórias”. A distrital também reclamou da falta de informações sobre o funcionamento do Hospital São Vicente de Paula durante a pandemia e das medidas adotadas para o controle da doença no sistema prisional.
Líder do governo na CLDF, o deputado Claudio Abrantes (PDT) também participou do encontro. O presidente da Casa, Rafael Prudente (MDB), não compareceu.