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Saúde: biólogos do DF denunciam luvas que “rasgam com facilidade”

Sem a vestimenta de proteção, manuseio de insetos e animais peçonhentos pode infectar funcionários do setor de Vigilância Ambiental

atualizado

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1 de 1 vacina - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A má qualidade das luvas para procedimentos não cirúrgicos tem colocado servidores da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) em risco. Em documento obtido pelo Metrópoles, uma funcionária da pasta, que trabalha no setor de Vigilância Ambiental, denuncia que as vestimentas de proteção “rasgam com facilidade nas atividades rotineiras”.

As luvas são usadas pelos trabalhadores do Laboratório Central de Entomologia da Diretoria de Vigilância Ambiental na identificação de vetores e animais peçonhentos. De acordo com a denúncia, o manuseio das espécies, dentre elas os triatomíneos – transmissores da doença de Chagas, escorpiões, aranhas e lagartas – podem acarretar riscos à saúde dos funcionários, uma vez que são vetores de doenças.

Outro risco com uso do frágil produto descartável ocorre na análise de lagartas peçonhentas do gênero Lonomia. O contato com os espinhos do inseto, segundo a servidora, pode ocasionar “dores e queimação, seguida de vermelhidão, inchaço, calor, mal-estar, cefaleia, náuseas e vômitos”, além de “manifestações hemorrágicas”.

Somada à frágil resistência do equipamento, os vigilantes ambientais observaram que algumas luvas já chegaram furadas, mesmo dentro das caixas lacradas com 100 unidades.

Em nota, a Secretaria de Saúde confirmou ter tomado ciência da denúncia e afirmou já ter providenciado a substituição dos itens. “Além disso, foi possível avaliar que o material está no prazo de validade e possui o Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho, como é de praxe nas aquisições de Equipamento de Proteção Individual (EPI) da pasta”, defendeu.

Velho problema

Esta não é a primeira vez em que as luvas viram alvo de reclamação interna entre servidores da pasta. No ano passado, o Metrópoles noticiou a falta delas nos hospitais regionais e Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da capital.

À reportagem, médicos e enfermeiros afirmaram, na época, que a escassez do item gerou a suspensão de procedimentos por um dia inteiro.

Em nota enviada no período, a Saúde confirmou o desabastecimento. De acordo com a pasta, são feitas quase 178 operações por dia, entre emergenciais e seletivas, em 14 dos 17 hospitais existentes na rede pública do Distrito Federal.

No entanto, segundo o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem (Sindate), há risco de que o item desapareça das salas de cirurgia, caso o governo não tome providências.

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