Rollemberg e secretário de Saúde são vaiados em cerimônia de acolhimento de servidores
Pessoas que acompanhavam o evento reclamaram de calor, falta de água e de iluminação, além de superlotação no local
atualizado
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A cerimônia de acolhimento dos servidores da saúde do Distrito Federal, realizada na manhã desta segunda-feira (22/2), foi marcada por reclamações de servidores e familiares devido à superlotação do local escolhido para o evento. O auditório do Museu Nacional da República comporta 700 pessoas, mas só de médico e enfermeiros nomeados eram 1.131, além dos convidados, que tiveram que sentar no chão. Com isso, o ambiente ficou com a ventilação comprometida. Os servidores também reclamaram da falta de água. O ar-condicionado seguiu desligado até o meio da solenidade. Com ânimos aflorados, os servidores vaiaram o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e o secretário de Saúde, Fábio Gondim, no momento em que foram anunciados.
Grávida de oito meses, Géssica Ingrid, 24 anos, tomou posse como técnica em enfermagem. Acompanhada do marido, saiu de Santo Antônio do Descoberto (GO) e teve que se acomodar na escada. “Aqui não tem água e o calor está insuportável”, reclamou.
José Sousa, 58 anos, foi acompanhar a nomeação da filha e também queixou-se da demora e do clima literalmente quente no local. “Chegamos aqui 7h30, já são 9h15 e a cerimônia ainda não começou”.
O gestor público Amir Ferreira acompanhou a esposa que também assumiu o cargo de técnica em enfermagem. Ao ver o secretario de Saúde, Ferreira pediu satisfação sobre a falta de estrutura. “É um descaso. Tem ginásio, tem outros espaços. Aqui não tem água, luz e nem lugar para sentar”, desabafou. Veja o vídeo:
Gondim tentou acalmar dizendo que o problema seria resolvido. No entanto, durante toda a cerimônia, dezenas de pessoas acompanharam de pé ou sentadas no chão. Um galão de água foi disponibilizado após o início do evento. Outra reclamação foi a de falta de iluminação no local.
A Secretaria de Cultura do Distrito Federal, responsável pelo museu, informou que o espaço tem dois auditórios, um com capacidade para 700 pessoas e outro com 85. A pasta admitiu que o ar-condicionado ficou desligado por um período após o inicio do evento, porém, o problema havia sido sanado. Com relação à falta de água, a pasta ressaltou que o museu só oferece água nos banheiros e que os filtros precisam ser disponibilizados por organizadores de eventos, neste caso, a Secretaria de Saúde. Informou, ainda, que 30% das lâmpadas do auditório estão queimadas.
Nomeações
Nesta segunda, 1.131 profissionais de saúde que tomaram posse em fevereiro participaram da solenidade de acolhimento. O grupo faz parte dos 1.455 aprovados em concurso e nomeados em 14 de janeiro deste ano. Ao todo, são 357 médicos, 22 auxiliares em saúde, 626 técnicos de enfermagem, 5 cirurgiões-dentistas, 83 enfermeiros e 38 especialistas em saúde.
Na ocasião, Rodrigo Rollemberg garantiu que a saúde do Distrito Federal não será terceirizada.
Jamais passou pela cabeça do governo terceirizar a saúde pública. O que procuramos são parcerias para melhorar o atendimento.
Rodrigo Rollemberg
O governador também afirmou que o governo está se esforçando para pagar todas as horas-extras dos servidores. O chefe do Executivo destacou que foi autorizada a duplicação de jornada, de 20 para 40 horas, de 349 servidores da rede em várias especialidades.
Os servidores que tomaram posse serão remanejados para emergências dos hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (Upas). Os novos servidores também serão treinados para atuar no Centro Obstétrico do Hospital Regional de Santa Maria, apesar de ainda não ter data de reabertura.
Nova secretaria
O governador Rodrigo Rollemberg anunciou, na última semana, a criação da Secretaria das Cidades, que terá como objetivo tratar da interlocução entre as administrações regionais. A medida foi recebida com estranhamento por parte da comunidade, uma vez que, desde o início do mandato, o governador vem enxugando o orçamento e formando superpastas.
“Essa foi uma reivindicação dos administradores. Vamos criar, mas sem aumentar custos, extinguindo alguns setores e remanejando servidores da Casa Civil e Relações Institucionais, por exemplo. Eventualmente podemos remanejar servidores até do gabinete para que a iniciativa não represente aumento de gastos”, explicou. O nome do novo secretário ainda não foi revelado.