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Problemas no aparelho circulatório são a principal causa de mortes no DF

Estudo da Secretaria de Saúde revela que ocorrências como AVCs e infartos estão entre as maiores vilãs do Distrito Federal. As fatalidades decorrentes de tumores ocupam o segundo lugar da lista, à frente de óbitos por fatores externos

atualizado

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Você conhece os principais riscos à vida do brasiliense? Um estudo da Secretaria de Saúde revelou que as doenças do aparelho circulatório são as que mais matam no Distrito Federal. Em 2014, elas foram responsáveis pela morte de 3.250 moradores da cidade. As neoplasias (cânceres) ocupam o segundo lugar, com 2.340 óbitos. Em terceiro vêm as causas externas, com 1.895 registros, entre homicídios, acidentes de trânsito, quedas, afogamentos e suicídios.

Os dados mostram que nem os avanços da ciência conseguiram reduzir o número de mortes causadas por doenças que poderiam ser evitadas com melhores hábitos de vida ou medidas preventivas. Pelo contrário. Em dez anos, os óbitos por câncer superaram os causados por motivos externos, passando a ocupar o segundo lugar. Em 2005, as neoplasias mataram 1.265 pessoas no DF. Em 2014, foram 2.340 — quase o dobro.

De acordo com Gustavo dos Santos Fernandes, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, à medida que a população envelhece, aumenta-se o risco de surgirem tumores. “Esse é o maior fator de risco para o câncer.” Fernandes ressalta que a obesidade, o cigarro e os alimentos embutidos também aumentam a incidência de casos da doença. “A sociedade está cada vez mais exposta a esses agentes”, ressalta.

O cardiologista Gustavo Michelstaedter corrobora a opinião do colega. Segundo o especialista, os maus hábitos da população também ajudam a inflar as estatísticas no caso de óbitos decorrentes de problemas do aparelho circulatório. “O crescimento da população obesa, a falta de atividades físicas, o tabagismo e a má alimentação são algumas das razões para o aumento das mortes.”

Entre os problemas do aparelho circulatório, as doenças cérebro-vasculares são as que mais preocupam. Elas tiraram a vida de 939 pessoas no ano passado. Em 2005, foram 779. No mesmo grupo, estão os brasilienses que morreram vítimas de infarto: 659, em 2014.

Violência
Um dado que chama a atenção na pesquisa é o fato de as mortes por causas externas terem caído da segunda para a terceira colocação de 2005 a 2014. Para o consultor em segurança pública George Felipe Dantas, a transformação demográfica do DF e a diminuição do processo de urbanização súbita e desordenada são fatores que podem estar relacionados a essa mudança de posição. “Mortes violentas estão mais associadas aos jovens. Como a sociedade do Distrito Federal está ficando mais velha, as causas das mortes acabam mudando.”

Ao analisar os dados isoladamente e não em grupo, os homicídios também se destacam. No ano passado, foram 837 mortes, contra 621 há dez anos. Já entre as neoplasias, a que mais matou foi o câncer de pulmão: 280 registros.

No ano passado, 11.991 pessoas morreram no DF. O número é 23,6% maior do que o registrado em 2005: 9.160. Os dados comprovam um aumento na expectativa de vida dos brasilienses, já que 58,1% das mortes ocorreram na faixa etária com mais de 60 anos. Em 2005, essa parcela representava 50,5% das ocorrências.

O que mais mata o brasiliense*

Doenças do Aparelho Circulatório — Número de casos
Problemas cérebrovasculares — 939
Infarto agudo do miocárdio — 659
Hipertensão — 279
Isquemia — 240
Cardiomiopatias — 165

Neoplasias (principais)
Pulmão — 280
Mama — 219
Próstata — 153
Estômago — 153
Colo do útero — 83

Causas externas
Homicídios — 837
Acidentes de trânsito — 518
Quedas — 197
Suicídios — 135

*Dados de 2014

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