Problema em ar-condicionado fecha alas do Hospital do Paranoá
Entre os setores afetados, estão o Centro Cirúrgico, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o Centro Cirúrgico Obstétrico. Apenas pacientes com necessidade de intervenção cirúrgica de emergência serão atendidos
atualizado
Compartilhar notícia
Com problemas no funcionamento do ar-condicionado, pelo menos três áreas importantes do Hospital Regional do Paranoá estão com os procedimentos suspensos. Entre as alas afetadas, estão o Centro Cirúrgico, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o Centro Cirúrgico Obstétrico. Um memorando assinado pela diretora da Hospital da Região Leste, Eddi Sofia Serícia, alerta para o risco de infecções, já que o ar não está “dentro das conformidades estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”.
O documento diz ainda que o problema foi encaminhado à Diretoria Administrativa da Secretaria de Saúde no começo da semana, mas a situação não foi normalizada. “Em virtude de não ter ainda uma resposta formal ou nem sequer previsão da resolução do problema do ar-condicionado, e, com isto, tornando os procedimentos cirúrgicos com maior risco de infecção do sítio operário, venho por meio deste comunicar o bloqueio temporário”, escreveu Sofia Serícia.
Segundo o memorando, encaminhado à Superintendência da Região Leste na quinta-feira (8), apenas pacientes com necessidade de intervenção cirúrgica de emergência serão atendidos.
De acordo com o Sindicato dos Servidores da Saúde do DF (SindSaúde), dos sete pacientes internados na UTI, dois estão sendo transferidos para o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), um vai ficar no box de emergência no Paranoá e os outros quatro entrarão na fila de regulação. Cirurgias marcadas, mas que não são consideradas de emergência, não será realizadas enquanto a situação não for normalizada.
O gerente de compras Wellington Sebastião de Castro, 36 anos, aguarda há mais 23 dias por uma cirurgia no ombro no Hospital do Paranoá. Ele sofreu uma luxação e sente dores que o forçam a tomar remédios fortes para aguentar. Não bastasse o sofrimento, viu a cirurgia ser marcada e remarcada três vezes por motivos diversos, entre eles, a falta de ar-condicionado.
Quando chegou na unidade hospitalar, em 23 de agosto, foi atendido e a necessidade de operação detectada. Como não tinha quarto disponível, Castro ficou internado no corredor do hospital por sete dias. Depois, foi para o quarto. “Eles marcam a cirurgia, me deixam de jejum o dia inteiro, mas sempre tem uma desculpa para cancelar. Primeiro, disseram que tinha de fazer uma tomografia, mas que o aparelho do hospital estava quebrado. Paguei do meu bolso e trouxe os exames; depois, o ar-condicionado quebrou, agora outra desculpa”, afirmou Castro.
O desespero de Wellington se junta ao dos colegas de quarto. Ele relatou que a situação é recorrente com quem conversa e que é “humilhante” precisar da saúde pública. O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Saúde para comentar o caso. Por meio de nota, a pasta afirmou que o paciente “está recebendo toda a assistência necessária e será transferido”.
Manutenção
Também por meio de nota, a Secretaria de Saúde disse que engenheiros da pasta e da Novacap trabalham para solucionar o problema do ar-condicionado. “A pasta ressalta que estuda a possibilidade de fazer aditivos em contratos existentes para evitar que a falta de manutenção volte a ocorrer no HRPa. Paralelamente, a Saúde trabalha na elaboração de um edital para contratar manutenção para todos os aparelhos de ar-condicionado da rede.”
A direção do hospital afirmou que o atendimento aos pacientes com cirurgias agendadas ou em trabalho de parto será feito em outras unidades, como os hospitais de Base, de Planaltina, do Gama e o Universitário de Brasília (HUB). Sobre a UTI, a pasta garantiu que os pacientes internados estão recebendo assistência.