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Pela primeira vez no DF bebês são operados ainda no útero da mãe

Apesar de delicado, o procedimento foi bem sucedido e garantiu a saúde da mãe e dos fetos, que passam bem e receberam alta médica

atualizado

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Hospital Santa Helena/Divulgação
Bebês
1 de 1 Bebês - Foto: Hospital Santa Helena/Divulgação

Uma cirurgia inédita no Distrito Federal salvou a vida de dois bebês ainda no ventre da mãe. O procedimento, chamado de fetoscopia, foi realizado na última sexta-feira (29/6), no Hospital Santa Helena, da Rede D’Or São Luiz, pelos obstetras Marcondes Carneiro e Larah Santillo. O médico Maurício Saito, um dos únicos que executa cirurgias fetais no Brasil, também se deslocou a Brasília para auxiliar.

Com tão pouco tempo de vida, os gêmeos que dividem a mesma placenta passaram por uma intervenção delicada. A cirurgia é realizada para tratamento de fetos que sofrem com problemas congênitos complexos. Neste caso, na gestação gemelar, ocorria troca de sangue através da placenta compartilhada — um dos irmãos recebia mais sangue e corria risco de sobrecarga cardíaca, enquanto o outro recebia os elementos em menor quantidade e sofria com crescimento menor e possível anemia. O quadro delicado oferecia grave risco de óbito para ambos os bebês.

A médica Larah Santillo, especialista em medicina fetal, explica que a cirurgia foi realizada por meio de laser terapia, com chances de sobrevida de 80%: “Através de um só furo na barriga da mãe, entramos com o laser para acessar a comunicação dos vasos e separar as placentas”. O laser de fibra flexível possui apenas 0,2 milímetros e haste rígida que garante assertividade no procedimento.

 O ideal é que a cirurgia fetal intrauterina seja realizada entre as 22 e 28 semanas de gestação, pois neste período é possível identificar o problema e tratá-lo antes das consequências irreparáveis. A mãe dos gêmeos em questão, que possui 33 anos e é identificada pelas iniciais S.F.K., estava na 24ª semana, tempo adequado para o sucesso da intervenção cirúrgica.

A operação durou duas horas e ocorreu sem intercorrência. “O processo foi tranquilo, tivemos o melhor resultado possível”, detalha a obstetra. No dia seguinte, sábado (30), a mãe recebeu alta em estado de saúde perfeito. A partir de agora, a gestação segue normalmente, sendo acompanhada semanalmente como qualquer outra gravidez regular. Mãe e bebês não correm mais risco algum. “Agora, os dois bebês se desenvolvem de forma independente, como gestações únicas nas quais não se compartilha a circulação.”

 O Hospital Santa Helena é a primeira instituição de Brasília a realizar a fetoscopia, que representa o futuro promissor do Distrito Federal em cirurgias fetais. “Trata-se de um crescimento gigante na medicina. Com o procedimento, conseguimos tratar o bebê ainda em formação, que poderia ter sido condenado a óbito. Além disso, a taxa de sobrevida é incrível!”, celebra o diretor do Hospital, Dr. Hernandes Aguiar. A cirurgia fetal intrauterina é reconhecida mundialmente e abre portas para universo amplo na área (Com informações da MáquinaCohn&Wolfe) 

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