Pacientes do Hospital de Base só têm ducha quente das 7h às 19h
Sindicato afirma que defeito nas caldeiras é a causa do problema. Secretaria de Saúde nega falhas e atribui responsabilidade a grevistas
atualizado
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Os pacientes da maior unidade de saúde do Distrito Federal contam com a sorte na hora de tomar banho. Dependendo do horário, pode ser que não haja água quente nos chuveiros do Hospital de Base (HBDF). A causa do problema, no entanto, é divergente. Enquanto o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde (SindSaúde-DF) afirma que as caldeiras têm apresentado defeito, a Secretaria de Saúde nega falhas. Segundo a pasta, o transtorno é causado por servidores em greve.
Ainda de acordo com a secretaria, só há água quente ao longo de 12 horas do dia. “A caldeira está funcionando normalmente. No entanto, devido à greve dos operadores, um técnico da Secretaria de Saúde opera a máquina das 7h às 19h. Por esse motivo, à noite o hospital pode ficar sem água quente”, explicou a pasta, por meio de nota.
Depoimentos
No jogo de empurra sobre a responsabilidade pelo caso, quem mais sofre são os pacientes. Em vídeos obtidos pelo Metrópoles, um senhor afirma que, desde a internação, só tomou banhos frios. Uma idosa conta que até deixou de usar a ducha, pois a água gelada lhe causa dores de cabeça.
Veja os vídeos:
Hran
A falta de água quente não é exclusividade do HBDF. No Hran, o problema se arrasta há meses. Pacientes e servidores denunciam que falhas nas caldeiras têm comprometido o aquecimento desde agosto.
Esse não é o único transtorno para pacientes e servidores na unidade da Asa Norte. Na última terça-feira (15), o Metrópoles mostrou que quatro dos seis elevadores do Hran estão quebrados. Com isso, os doentes são obrigados a usar os mesmos equipamentos que transportam tanto lixo contaminado e roupas sujas quanto refeições.
Na quinta-feira (17), pacientes relataram ainda que não há fraldas, lençóis nem água disponível para todos, já que os bebedouros estariam quebrados. Um dos banheiros também estaria interditado, com os quatro vasos sanitários estragados ou entupidos, fazendo com pacientes e acompanhantes precisassem dividir apenas um sanitário.
Em setembro, outra questão grave: a câmara mortuária do Hran, onde são guardados os cadáveres de pacientes que morreram na unidade, estava sem a devida refrigeração. Dessa forma, o cheiro dos restos mortais em decomposição podia ser sentido nos corredores. E há pelo menos quatro meses os telefones do hospital estão cortados por falta de pagamento. Sobre os problemas relatados no Hran, a Secretaria de Saúde informou que tem providenciado os reparos.