Ministério da Saúde registra dois casos de microcefalia suspeitos de terem relação com o zika vírus no DF
Poucas horas depois do anúncio da pasta, a Secretaria de Saúde subiu para 12 o número de suspeitas de microcefalia. No entanto, ainda não se sabe se há relação com o micro-organismo
atualizado
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Cinco dias após a Secretaria de Saúde negar que o Distrito Federal registrou, em 2015, dois casos de microcefalia suspeitos de terem relação com o zika vírus, o Ministério da Saúde contestou as informações da pasta. Em entrevista na manhã desta terça-feira (15/12), o governo federal revelou que há duas ocorrências, ambas de residentes do DF.
Por meio de nota, a pasta local ressaltou que “não há contestação por parte do ministério. É a Secretaria de Saúde quem valida e encaminha os casos para o governo federal. Portanto, os dois casos anunciados hoje (15) foram os que a secretaria passou ao ministério”.
Segundo a secretaria, além dos dois casos confirmados de microcefalia, há 12 ocorrências suspeitas este ano, mas nenhuma delas tem relação com o zika vírus atestada. Há ainda dois registros de zika, de pessoas que contraíram o vírus fora do DF, não relacionados à microcefalia.
Ainda de acordo com a secretaria, “até a última quinta-feira (10), o DF só contava com um caso confirmado de microcefalia. Na sexta-feira, no entanto, iniciaram as investigações de outros sete casos suspeitos: um deles já foi confirmado que se trata de microcefalia, que é este segundo caso que foi repassado ao ministério”.
Taguatinga
No último dia 6, um bebê nasceu com microcefalia no Hospital Anchieta, em Taguatinga, e o caso foi encaminhado à pasta, de acordo com a unidade hospitalar. No domingo passado (13), foi noticiado outro caso de um recém-nascido com microcefalia no Hospital Regional de Ceilândia (HRC).
O Brasil contabilizou 2.401 casos suspeitos da má formação em 549 municípios até 12 de dezembro, segundo o Ministério da Saúde. No último boletim, do início do mês, eram 1.761, em 422 municípios.
Plano
Na segunda-feira (14), o GDF iniciou um novo plano de enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus. A primeira ação foi feita em Soradinho II. A cidade foi escolhida por estar entre as regiões com maior número de casos registrados este ano.
O GDF prepara um decreto, que será publicado nos próximos dias, para punir com rigor pessoas físicas e empresas que não colaborarem na guerra contra o Aedes aegypti. O valor da multa pode chegar a R$ 2 milhões.
Detecção para dengue zerada
Nesta terça (15), a secretaria informou que os estoques dos testes rápidos para detectar a dengue estão zerados na rede. De acordo com a pasta, o processo de aquisição dos produtos necessários para a realização do exame, iniciado em 2013, apresentou indícios de irregularidades. Por esse motivo, a gestão atual paralisou a compra dos testes.
Segundo a secretaria, há outra licitação em andamento e, em menos de 30 dias, todos os hospitais deverão ser reabastecidos. O órgão ressalta ainda que os médicos possuem a habilidade para diagnosticar clinicamente os casos de dengue. Além disso, o exame de hemograma auxilia na confirmação do quadro. No entanto, conforme mostrado pelo Metrópoles, várias unidades hospitalares do DF também estão sem o reagente necessário para o teste de hemograma.