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Mesmo com decisão judicial, bebê não consegue cirurgia cardíaca no DF

A pequena Ana Vitória, de 6 meses, está no limite da idade para realizar o procedimento necessário resolver a cardiopatia

atualizado

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1 de 1 bebê - Foto: Material cedido ao Metrópoles

A vida da pequena Ana Vitória Souza Santos, de 6 meses, é uma batalha diária desde o nascimento. Diagnosticada com Defeito de Septo Atrioventricular Total (DSAVT), uma cardiopatia que não desenvolve as válvulas do coração, ela precisava ter realizado uma cirurgia de correção assim que nasceu, mas, mesmo com decisão judicial, até hoje, a situação não foi resolvida.

Como explica a mãe de Ana Vitória, a auxiliar de serviços gerais Zilene Souza Lopes, 38 anos, a criança está em prioridade vermelha, uma vez que esse tipo de procedimento deve ser realizado, no máximo, até os 6 meses de vida. “Quando nasceu, ela ficou internada 17 dias. Como não tinha jeito de fazer a cirurgia, deram uma medicação e mandaram ir acompanhando”, conta.

No último mês, no entanto, a situação da bebê piorou. A febre tornou-se constante, e uma saga entre hospitais do DF foi realizada para tentar descobrir o que a menina tinha. Ela, então, foi internada no Hospital da Criança de Brasília (HCB). “Já tem um mês e três dias que estou aqui com ela, esperando. É muito difícil. Meu medo maior é perder a minha filha”, emociona-se.

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Ela precisava de uma cirurgia urgente no coração
A mãe ficou desesperada
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Ana Vitória tem 7 meses

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Ela precisava de uma cirurgia urgente no coração

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A mãe ficou desesperada

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Além de Ana, Zilene tem outros três filhos. Com a internação da caçula, ela precisa viver no HCB e acabou deixando a própria casa. “Uma irmã minha veio do Maranhão para me ajudar, mas está precisando voltar. Tem um mês que não vejo meus filhos. Eu já estou desesperada, pois não posso deixar uma aqui sozinha, mas os outros também não têm culpa da doença dela”, lamenta.

Por estar tanto tempo sem trabalhar, ela também teme que possa perder o emprego e complicar ainda mais a situação da família.

No desespero, ela procurou a Justiça para tentar garantir a cirurgia. Uma decisão favorável foi expedida em 19 de outubro, mas, até o momento, nada foi feito. “Já tem três dias, e a decisão falava em 24 horas”, explica.

A advogada Denny Ellen Alves Valente, à frente do caso, diz que entrou com uma ação de descumprimento de tutela de urgência e aguarda resposta. “Pedi multa diária pelo descumprimento, mas não tive resposta. Ainda estamos aguardando”, ressalta.

Acordo entre Defensoria Pública e Secretaria de Saúde

O problema ocorre uma semana após o Metrópoles denunciar que, para acabar com a fila de crianças à espera de cirurgias cardíacas pediátricas, a Defensoria Pública do Distrito Federal e a Secretaria de Saúde fizeram um acordo no qual os atendimentos seriam normalizados a partir de um cronograma montado pelo governo.

Em busca de uma solução para o drama das crianças, a Defensoria ajuizou ação civil pública contra a pasta do Governo do Distrito Federal.

Confira o calendário das cirurgias cardíacas neonatais e pediátricas, entre críticas e eletivas:

  • Entre 19 e 31 de outubro de 2020, serão feitos 11 procedimentos
  • Em novembro de 2020, 17
  • A partir dezembro de 2020, serão feitas 25 cirurgias
  • A partir de março de 2021, haverá 29 operações
  • A partir de março de 2021, a Secretaria de Saúde se comprometeu a manter o atendimento mínimo mensal de 29 cirurgias cardíacas neonatais e pediátricas, sendo 21, entre críticas e eletivas, e oito eletivas

Veja o acordo na íntegra:

Conforme o acordo, a pasta avalia a possibilidade de ampliar o número de cirurgias de novembro para 21. A Secretaria de Saúde também adotará medidas para aprimorar o atendimento, a exemplo da medição periódica da fila.

O que diz a Saúde

A Secretaria de Saúde esclareceu que “o caso da paciente A.V.S.S. trata-se de um tipo de agendamento que é feito por um check-list. O procedimento já foi autorizado pela pasta para ser executado, em 9 de outubro, no Instituto Cardiológico do Distrito Federal (ICDF), que ainda não confirmou se realizou esta avaliação. No momento, a paciente está na enfermaria e sem necessidade de UTI. Após o ICDF inserir A.V.S.S na fila, a Central de Regulação poderá regular a paciente e autorizar uma nova data para a execução.”

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