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Mãe de mulher que morreu após endoscopia com gás no DF faz desabafo

Em entrevista ao Metrópoles, Joane Ferreira disse esperar que o caso seja esclarecido. MP aguarda laudo para investigar

atualizado

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jaqueline e mãe
1 de 1 jaqueline e mãe - Foto: Facebook/Reprodução

A família de Jaqueline Ferreira de Almeida, 32 anos, não se conforma com a morte precoce da jovem após uma endoscopia com uso de gás. Em entrevista ao Metrópoles, a mãe, Joane Ferreira, disse esperar que o caso seja esclarecido o quanto antes. “Estamos chocados, arrasados, péssimos. Desde que soubemos, a família está toda unida, sem querer acreditar”, ressaltou. Em uma rede social, ela desabafou: “Hoje, amores, acordei achando que tive um pesadelo e que era só um sonho. Mas não, o vazio e a dor eram reais. Deus chamou minha filha. Como dói.”

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) vai investigar o caso. O promotor Maurício Miranda, da Pró-Vida, disse que aguarda o laudo da perícia técnica da Polícia Civil e assegura que, se houver indícios de erro médico, o especialista Lucas Seixas Doca Júnior, responsável pelo procedimento, pode ser alvo de mais uma acusação.

Lucas Seixas já foi denunciado pelo MP pela morte de duas mulheres, que passaram por procedimentos cirúrgicos feitos pelo especialista. No caso de Jaqueline, ele teria usado gás durante a endoscopia e a vítima não teria conseguido expelir o material. O Metrópoles não conseguiu localizar o médico até a última atualização dessa reportagem.

Após a morte, o marido de Jaqueline, José Valdery Araújo, registrou ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul). Segundo o relato dele, a endoscopia foi feita na quarta (19/10) na clínica Endogastrus, no Sudoeste, com uso de gás, e o médico teria percebido que Jaqueline não expelia a substância. Ela, então, teria ficado em observação por várias horas, ainda na clínica. A paciente, segundo a ocorrência, apresentou inchaço na barriga e reclamou de dores abdominais. Também sentia dificuldades para respirar.

Ainda segundo consta na ocorrência, Lucas Seixas tentou resolver o problema com um procedimento de colonoscopia feito com um colega proctologista. Sem sucesso, transferiu a vítima para o Hospital Daher, no Lago Sul, no fim da tarde de quarta (19). De acordo com a Polícia Civil, Jaqueline foi levada para o hospital, sedada e inconsciente, e teve uma parada cardiorrespiratória.

Lucas Seixas e os funcionários do Daher tentaram reanimá-la por 25 minutos. O marido de Jaqueline afirmou aos policiais que Seixas abriu o abdômen da paciente e, em seguida, a submeteu a uma cirurgia de aproximadamente duas horas. Mas, durante a madrugada de quinta (20), ela morreu na unidade de terapia intensiva (UTI) do Daher. A jovem deixa o marido e uma filhinha de 11 meses.

O advogado da família de Jaqueline, Renato Rezende, diz que aguarda o laudo pericial para saber quais providências serão adotadas. Os parentes fizeram questão de que o corpo da jovem fosse transferido do Hospital Daher para o IML para que a polícia técnica fizesse o laudo.

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