metropoles.com

Instituto Hospital de Base encontra resistência na Câmara Legislativa

Buriti espera que a proposta seja votada pelos distritais já no mês que vem, mas projeto não é consenso entre parlamentares

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Câmara Legislativa
1 de 1 Câmara Legislativa - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Após a apresentação do projeto para transformar o Hospital de Base em um instituto, a expectativa do Governo do Distrito Federal é de que a proposta seja votada pelo plenário da Câmara Legislativa até o final de junho. O texto foi entregue pelo governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), ao presidente da Casa, deputado Joe Valle (PDT), na manhã desta terça-feira (14/3). A tramitação da proposta no Legislativo local, entretanto, não será fácil e promete tirar o sono da cúpula do Palácio do Buriti.

O presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura (Cesc), deputado Wasny de Roure (PT), classificou a proposta como terceirização, uma vez que o instituto estaria livre das amarras impostas pela Lei de Licitações (8.666) e pelas regras de contratação de servidores públicos. Ele levantou dúvidas se o projeto vai passar no plenário. “Esse é um cenário de certa turbulência. A proposta traz alguns ingredientes novos mas, em síntese, é um modelo de terceirização. É uma mudança de gestão expressiva”, disse o distrital.

Em nota divulgada na tarde desta terça, Wasny argumentou que, sem conseguir abrir as unidades de saúde à administração de organizações sociais (OSs), o governo agora dá “nova roupagem à antiga e nefasta prática das OSs”. Para ele, esse tipo de contratação afasta o DF de pagar os passivos com os servidores da Saúde.

Apesar de defender um amplo debate em torno da proposta, o presidente da Cesc já se posicionou em defesa do Sistema Único de Saúde e do concurso público, “com servidores prestando serviço de qualidade, com processo licitatório transparente e eficiente e na modalidade de pregão eletrônico”.

O presidente da CLDF, Joe Valle (PDT), evitou entrar na polêmica e adiantar sua opinião em relação à proposta. Para ele, o texto precisa ser compartilhado na sua essência com os deputados. “São eles que trarão as ideias e contribuirão para que o projeto seja entendido por toda a população e mantenha os direitos trabalhistas preservados”, resumiu.

Seis meses
O governo tem pressa. Uma vez aprovada a lei, a expectativa do GDF é de que o instituto assuma em seis meses a administração do Hospital de Base, um complexo que reúne 3,4 mil servidores e tem um orçamento anual de R$ 550 milhões.

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa, deputado Reginaldo Veras (PDT), também defendeu que o texto precisa ser analisado com cuidado, mas considerou, em princípio, a proposta interessante. “Equaciona três fatores: atendimento de excelência, respeito aos servidores que não terão nenhum direito retirado e a celeridade no processo de aquisição de materiais. É um projeto que, se bem sucedido, enterra de vez a ideia de implementação de OSs no DF”, avaliou Reginaldo Veras.

Na opinião do presidente da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (Ceof), deputado Agaciel Maia (PR), o modelo traz esperança. “Se os médicos tiverem materiais e equipamentos de primeira linha, e não os que quebram e levam anos para serem consertados, a gente acredita que essa proposta possa mudar a saúde do DF”, afirmou.

Entidades como a Associação Médica de Brasília e o Sindicato dos Médicos já se pronunciaram contra a proposta. Para o presidente da AMBr, Luciano Carvalho, o modelo da Rede Sarah, citado para convencer os deputados distritais, é próprio e totalmente diferente do Hospital de Base, pois atende a um segmento especializado e não tem serviços de emergência nem pronto-atendimento.

“A Associação das Pioneiras Sociais (APS) é gestora dos hospitais da Rede Sarah e os recursos provêm do orçamento da União em uma rubrica específica para manutenção do contrato de gestão”, explica.

O presidente do Sindicato dos Médicos, Gutemberg Fialho, também questiona o projeto: “Trata-se de uma agressão ao servidor. Não existe essa opção de trabalhar em outro lugar, pois a maioria está lá há muitos anos“.

 

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?