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HRT produz remédios para recém-nascidos de baixo peso

Projeto piloto fabrica mais de 40 litros de xarope

atualizado

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HRT
1 de 1 HRT - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Nem só de más notícias vive a saúde pública do DF. Com iniciativa inovadora, o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) se tornou a única unidade de Saúde do Distrito Federal que prepara xaropes para recém-nascidos com baixo peso e que precisam de determinadas soluções que não estão disponíveis no mercado. O objetivo do trabalho é promover segurança ao paciente, que receberá a medicação diluída, com a concentração adequada e individualizada.

Todo processo de manipulação é realizado por profissionais capacitados na farmácia do hospital, que conta com infraestrutura e equipamentos adequados. A produção que era de 400 mililitros (ml), em 2014, passou para 44,3 litros em 2016. No HRT, o serviço atende por mês, em média, 12 pacientes.

A fabricação do remédio é fundamentada em bibliografia farmacêutica, segue as diretrizes do Ministério da Saúde e consiste na produção de xarope base, composto de açúcar e água que, incorporado ao comprimido, na sua dosagem correta, se transforma em solução, para ser administrada ao neonato, de acordo com a sua patologia e prescrição médica.

O xarope é administrado pela equipe de Enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Neonatologia do HRT enquanto o bebê está internado. Quando a criança recebe alta, o hospital fornece a medicação até o fim do tratamento. Os pais buscam o xarope na farmácia e o administra em sua residência. A validade do medicamento para uso hospitalar é de dez dias, e para uso doméstico é de 30 dias.

Maria Aparecida da Costa, 38 anos, mãe de Giovana, ressalta a importância do uso do remédio manipulado pelo HRT. “A minha filha está internada na UTI da Neonatologia e desde que está tomando o xarope melhorou muito. Fico muito feliz por tudo isso”, disse a moradora de Vicente Pires.

Além de cobertura de 100% para os bebês do HRT, a farmácia produz xarope para a UTI do Hospital de Santa Maria (HRSam), que recebe cerca de seis litros por semana; Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB); Hospital Regional de Ceilândia (HRC) e demais hospitais da Rede Pública de Saúde do DF, em menor quantidade. Toda solicitação hospitalar é realizada por telefone, conforme a demanda de pacientes.

De acordo com a farmacêutica responsável pelo projeto, Eva Ferraz Fontes, um dos grandes pontos positivos da manipulação do xarope é evitar o desperdício de medicamento. “Antigamente, a enfermagem pegava o comprimido, quebrava, colocava na água, aspirava com uma seringa e colocava a quantidade que deduzia ser a prescrita, pois não tinha como precisar a concentração exata da droga a ser administrada”.

A doutora em Farmácia relata também que, após a produção do medicamento, a economia de comprimidos é estimada em 60%, pois o xarope tem uma validade maior e não há descarte da quantidade não utilizada.

Ponto de vista terapêutico

Para a médica Rita de Cássia Hijima, houve melhora representativa tanto para os bebês quanto para os profissionais da UTI Neonatal com a utilização de medicação manipulada no hospital. “Sabendo que o xarope já vem manipulado, a chance de erro da dosagem é bem menor. Anteriormente, tínhamos que pegar o comprimido, parti-lo e dissolve-lo. Com este processo, não era possível saber se era a dosagem correta”, destaca a pediatra.

Na avaliação da supervisora de Enfermagem da UTI Neonatal, Kaysa dos Santos, as mães dos recém-nascidos se sentem mais seguras ao saber que o remédio foi preparado pelos farmacêuticos do HRT. “As mães dos bebês ficam tranquilas, pois sabem que o medicamento foi produzido exclusivamente para o seu filho e de forma adequada”, completa.

Inspiração

O projeto foi inspirado pela doutora Eva Ferraz Fontes, farmacêutica e especializada em Farmácia Hospitalar, que viu no tratamento de sua filha, quando ainda era bebê, a necessidade de se produzir medicamentos em solução.

Em 2014, a farmácia do HRT começou produzindo 400 ml de captopril e furosemida para recém-nascidos que aguardavam cirurgia cardíaca. Como não havia esses tipos de medicamentos em forma de solução, só em compridos, os bebês corriam risco de morte.

Após muita discussão científica com gestores, equipe da Farmácia e profissionais da Neonatologia do HRT, surgiu a ideia de algo facilitador para o tratamento dos neonatos.

Atualmente, a equipe de profissionais é formada pela idealizadora do projeto, que conta com a parceria do farmacêutico Tiago Lima e servidores de apoio que auxiliam na lavagem dos fracos e demais tarefas da fabricação.

Confira lista dos xaropes produzidos no HRT:

– AAS

– Ácido Ursodexicólico

– Ácido Acético

– Ácido tricloacético 90%

– Amitriptilina

– Amiodarona

– Anlodipina

– Baclofeno

– Cafeína

– Captopril

– Carbamazepina

– Carvedilol

– Clonidina

– Espironolactona

– Fosfato de Tricálcio

– Furosemida

– Hidroclorotiazida

– Levotiroxina

– Morfina

– Metadona

– Omeprazol

– Oseltamivir

– Isoniazida

– Pirazinamida

– Pirimetamina

– Propranolol

– Simples

– Sildenafil

– Topiramato

– Solução de Schiller

(Com informações da Secretaria de Saúde do DF)

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