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GDF dobra investimentos no combate à dengue, mas casos aumentam

Governo gastou R$ 3,1 milhões em 2019 e fez 1 milhão de inspeções. No entanto, a quantidade de pessoas infectadas cresceu

atualizado

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Dengue-1
1 de 1 Dengue-1 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O Governo do Distrito Federal (GDF) dobrou o investimento em ações de prevenção e combate à dengue na comparação entre 2018 e 2019. Pelas contas da Secretaria de Saúde, a Vigilância Ambiental fez 1 milhão de inspeções ao longo do ano passado. Apesar disso, o número de casos da doença aumentou.

Segundo o Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo), em 2018, durante a gestão do ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB), o governo empenhou e liquidou R$ 1.784.680,74 em ações de controle e prevenção de epidemias. Enquanto enfrentou a mais grave epidemia de dengue da história do DF, a gestão do governador Ibaneis Rocha (MDB) investiu quase o dobro: R$ 3.131.415,34.

Contudo, a injeção de recursos em ações preventivas poderia ser maior. Conforme o Siggo, o orçamento de 2019 tinha a previsão de R$ 5.612.734,00. Ou seja, o GDF manteve no caixa R$ 2.481.319,00 disponíveis, inicialmente, para garantir a saúde da população.

Estado de emergência

Em 24 de janeiro deste ano, o GDF decretou estado de emergência por risco de epidemia de dengue. Na sequência, a Secretaria de Saúde divulgou o mais recente balanço da situação da capital. No começo de 2019, foram registrados 1.419 casos da doença na rede pública brasiliense, sendo que um morador do Guará, de 60 anos, faleceu. Entre dezembro de 2018 e dezembro de 2019, 62 pessoas morreram.

Uma das medidas anunciadas pelo governo para combater o problema é a contratação temporária de 600 profissionais. O processo será feito pelo Instituto de Gestão Estratégica do DF (Iges-DF).

Além dos temporários do Iges, o GDF mobilizou Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Secretaria de Cidades e outros órgãos em uma sala de situação para o enfrentamento coordenado da doença.

A ideia do GDF é agir nas regiões mais sensíveis. Além das visitas residenciais, serão empregadas armadilhas para o mosquito. Segundo a pasta, a rede pública está preparada e conta agora com salas de hidratação para tratamento de pacientes em estado grave. A pasta também enfatizou a necessidade de apoio da população.

O objetivo é evitar a multiplicação de casos como o do feirante José Claudino dos Santos, 55 anos. Ele trabalha em Sobradinho e ainda sente fortes dores abdominais decorrentes da dengue, contraída neste ano. Ele suspeita ter se contaminado em Goiás, após visitar um parente. “Fiquei três dias ruim, só tomava água.”

Para Claudino, a população precisa ajudar nas ações de prevenção e combate à doença. “Não adianta você cuidar do seu quintal se seu vizinho não faz o mesmo”, diz.

Michael Melo/Metrópoles
José Claudino dos Santos foi um dos casos registrados de dengue no DF neste ano
Crítica

Apesar da mobilização do governo, do ponto de vista do presidente do Sindicato dos Agentes de Vigilância Ambiental de Saúde e Agentes Comunitários de Saúde, Aldemir Domicio, não houve trabalho preventivo para 2020. “O GDF se limitou a ações de rotina”, critica.

Um dos problemas, afirma o sindicalista, está nas aquisições feitas pelo governo. “Compraram um veneno emergencialmente há três meses, só que o material não funciona. A gente bate nas casas e, quando volta para checar, os mosquitos continuam lá”, reclama. De acordo com o Siggo, foi desembolsado R$ 1.499.400,00.

O que diz o GDF

O governo rebate as críticas do líder sindical. Segundo a Secretaria de Saúde, além das inspeções da Vigilância Ambiental, em 2019, foram postas em marcha ações de manejo ambiental e de educação para a população. Além disso, houve coleta de materiais onde o mosquito Aedes aegypti podia se proliferar e aplicação de fumacê.

“Quanto à compra do inseticida, a pasta esclarece que ela ocorreu devido à indisponibilidade do Ministério da Saúde de enviar o insumo estratégico, utilizado no controle e na intervenção do ciclo de transmissão das doenças transmitidas pelo vetor Aedes aegypti, como dengue, febre chikungunya, febre do vírus zika e febre amarela, entre outras arboviroses”, afirmou a pasta, por nota.

De acordo com a secretaria, a aquisição seguiu a legislação e foi feita para evitar a perda da continuidade da ação de controle. “Além disso, o produto é aprovado pelo Whopes – esquema de avaliação de pesticidas da Organização Mundial da Saúde (OMS), pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Programa Internacional de Segurança Química (IPCS)”, acrescentou.

A pasta disse, ainda, que na sexta-feira (31/01/2020) foi publicado pregão eletrônico para a aquisição de novos equipamentos de proteção individual (EPIs) para os servidores.

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