Frio sinaliza chegada da seca e cuidado redobrado com coronavírus
Período marcado por baixa umidade e temperaturas amenas é propício para propagação de doenças respiratórias
atualizado
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A queda na temperatura sentida pelos brasilienses nos últimos dias indica a chegada de uma velha conhecida: a seca. Segundo especialistas, o período marcado por oscilações na temperatura e baixa umidade do ar propicia cenário climático mais favorável ao desenvolvimento de doenças respiratórias.
Este ano, contudo, a preocupação dos brasilienses é ainda maior diante da pandemia de Covid-19. O novo coronavírus está entre os vírus responsáveis por provocar síndromes respiratórias.
Por ser uma doença desconhecida, especialistas na área da saúde não sabem dizer, ainda, se há relação entre vírus e ambientes com temperaturas mais baixas. Os médicos, no entanto, alertam para o risco de maior propagação do vírus durante o período.
“Não sabemos se a Covid-19 tem alguma sazonalidade, como o que ocorre com a H1N1, por exemplo, que piora em épocas frias. No entanto, se a gente fizer uma extrapolação usando dados de outros vírus de transmissão respiratória, a tendência é de que haja um aumento nos casos”, explicou a médica infectologista do Hospital Águas Claras, Ana Helena Germoglio.
A médica explica quais fatores podem ajudar na dispersão da doença durante o período mais frio. “No frio tende a ter mais aglomeração, há uma redução na circulação de ar. Por exemplo, se a casa está fria, costumo deixar a porta de janelas fechadas, reduzindo a circulação de ar no local. Se tem uma pessoa doente em casa, a possibilidade de contaminação é maior”.
Segundo a meteorologista Andrea Ramos, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a tendência é de que a capital enfrente, nos próximos dias, quedas bruscas de temperatura.
“É típico do Outono: chuvas, sensação de frio, temperaturas mais baixas. A previsão é de que as máximas não passem de 26 ºC, enquanto as mínimas podem chegar a 13 ºC”, pontuou a especialista.
Massa de ar fria
Outro fator que preocupa os médicos é a chegada de uma massa de ar fria e seca. “Nessa época, mais fria, há uma maior propagação de vírus respiratórios que podem confundir muito os quadros com os do coronavírus, principalmente entre crianças”, explica Ana Helena.
A infectologista reforça a importância da vacinação contra a gripe Influenza, para tornar o diagnóstico mais eficiente. “Uma vantagem é que como o vírus chegou ainda na época do calor já conseguimos nos preparar melhor para ele e outra vantagem é que conseguimos adiantar a campanha vacinal. Não fomos pegos tão desprevenidos”.
É preciso, portanto, redobrar os cuidados durante a seca. “Procure se vacinar contra Influenza e siga as orientações que a gente já está careca de saber: uso de máscaras e evitar aglomeração. Também não adianta a gente recomendar isso tudo se o pessoal esquecer da higienização”, finalizou.
Atualmente, o Distrito Federal já computa 1.317 casos confirmados da doença. Há 73 pessoas internadas em unidades de saúde da capital, sendo que 34 estão em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Vinte e oito pessoas morreram por complicações provocadas pela Covid-19.