Família luta para transferir adolescente em coma para leito de UTI
Internado desde o último dia 18, ele “corre risco de morrer a qualquer momento”, diz Iomar dos Santos, tia do rapaz
atualizado
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Arthur Luiz Brito Ramos, 17 anos, está internado na pediatria do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal (IHBDF) desde a noite de quarta-feira (21/2) e precisa ser transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com urgência. O adolescente está em coma profundo e corre risco de vida.
De acordo com a tia e acompanhante do garoto, a cozinheira Iomar dos Santos Brito, 38, o jovem foi internado no Hospital Regional de Planaltina (HRP), no último dia 18. “O Arthur estava com a pele amarelada, vomitando e sangrando pelo nariz. Os médicos constataram que ele tinha as plaquetas baixas e anemia profunda”, explica.
À reportagem, Iomar contou que o quadro de saúde do sobrinho está piorando. “Ele foi fazer um exame no Hospital da Criança nessa quarta e teve uma convulsão do nada. Os médicos induziram o coma, mas a situação só piora. O problema já atinge os rins e o fígado”, relata.
“Fomos informados de que no Hospital de Base não fazia tomografia. O Hospital do Gama disse não ter como fazer também. Precisamos de UTI e ambulância, mas nenhum médico quer fazer a remoção”, conta. Desesperada com a situação do menor, a família acionou o Conselho Tutelar, a Defensoria Pública e o Ministério Público.Conforme a tia, os médicos ainda não descobriram qual o problema de Arthur. “Suspeitaram de contaminação com produto tóxico, mas ele não teve contato. Eu acho que pode ser febre amarela ou dengue, pelo tom dos olhos e da pele dele. Os médicos fizeram exame de sangue, mas ainda não sabemos o resultado”, afirma.
O conselheiro tutelar José Eustáquio da Silva Cortes, 58, disse ter conseguido uma vaga no Hospital Regional do Gama (HRG), mas que ela foi cancelada pela unidade. “É um caso gravíssimo e com negligência do Estado. Voltamos à estaca zero”, lamenta.
Ele afirma que os conselhos tutelares da Asa Norte, Gama I e Gama II estão juntos pela causa do adolescente. “Tentamos deslocamento, um médico para acompanhar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não conseguimos. Perdemos a vaga no HRG, pois eles rejeitaram o Arthur”, detalha.
“Somos um órgão de proteção e isso não está existindo. O garoto corre risco de morte e não tenho o atendimento que ele precisa. É uma sensação de impotência, de angústia”, aponta. O conselheiro afirma que a família tentou fazer um boletim de ocorrência por omissão de socorro, mas não conseguiu devido à greve dos policiais civis.
Agora temos de confiar em Deus, para que ele consiga uma UTI, pois o caso dele é cada vez pior. E se não achar um leito, ele pode vir a óbito
Iomar dos Santos Brito, tia de Arthur
O outro lado
Conforme informou a Secretaria de Saúde do DF, por meio de nota, Arthur está inserido na Central de Regulação de Leitos de UTI com prioridade 1. A pasta assegura que a transferência para o Hospital do Gama não ocorreu porque um equipamento do leito na UTI da unidade apresentou defeito e precisou ser bloqueado.
Segundo a Secretaria, a Central de Regulação faz buscas constantes de leitos em toda rede pública e conveniada e tão logo surgir uma vaga que atenda as necessidades de Arthur, ele será encaminhado.