Estudante de escola particular do DF é diagnosticado com vírus H1N1
Em nota, a instituição não deu maiores detalhes sobre o caso, mas informou estar tomando todas as providências cabíveis para prevenção
atualizado
Compartilhar notícia
Seis dias após a Secretaria de Saúde registrar a primeira morte no Distrito Federal em 2018 em decorrência do vírus H1N1, um aluno do Colégio Presbiteriano Mackenzie Brasília Internacional, na QI 5 do Lago Sul, também foi diagnosticado com a enfermidade.
Sem revelar detalhes do caso, a assessoria de imprensa da instituição confirmou que teve conhecimento do fato na terça-feira (17/4) e já vem “tomando cuidados adicionais”, segundo informou em nota. No entanto, não disse se o estudante é do sexo masculino ou feminino.
O Mackenzie disse ainda que as salas de aula estão sendo mantidas abertas para ventilação, além de a escola estar promovendo a intensificação do uso de álcool gel e a higienização mais frequente das mãos, entre estudantes e funcionários.Além disso, o colégio informou “estar negociando com clínica particular a aplicação da vacina tetravalente, que protege contra os vírus H1N1, H3N2 e dois tipos de Influenza B, com custo reduzido e respectiva autorização por parte dos responsáveis pelos alunos”.
Este ano, já foram registrados cinco casos de H1N1 no DF. Um deles é de um bebê de 1 ano e 3 meses que não teve o nome revelado. A criança chegou a ficar internada durante três dias, mas se curou da doença.
Consultada, a Secretaria de Saúde não confirmou o caso do estudante do Mackenzie, mas disse que os dados são atualizados semanalmente. A pasta não divulga os nomes dos pacientes.
Homem de 54 anos morreu no DF
Um homem de 54 anos que estava internado no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) morreu no fim de março com a doença. De acordo com o secretário de Saúde do Distrito Federal, Humberto Fonseca, a vítima teve uma síndrome respiratória aguda grave provocada pelo vírus Influenza A.
A Saúde confirmou ainda outra morte, de uma criança com menos de 1 ano portadora de uma síndrome congênita. Ela foi vítima de metapneumovírus, vírus mais comum da gripe. Além do público infantil, os grupos considerados de risco são gestantes, pacientes com doenças crônicas e idosos.
“No ano passado, não tivemos nenhum caso [de óbito decorrente do H1N1]. Nós efetivamente temos o vírus circulando e há um risco à população”, destacou o secretário, durante coletiva à imprensa realizada na quarta (11/4).
Sobre uma possível epidemia, Fonseca comentou que “os níveis ainda não são preocupantes”. Conforme ele ressaltou, o aumento de casos de pacientes relatando problemas respiratórios “faz parte da sazonalidade normal que marca o final do verão no Distrito Federal”.
Mesmo com uma morte confirmada, nenhuma alteração será feita no calendário de imunização, que começa no dia 23 de abril. Sobre uma possível mutação do vírus Influenza A, Fonseca reforçou: “As vacinas são adequadas e constituem a forma mais eficaz de prevenção de novos casos”.
Balanço
Segundo o Ministério da Saúde, em 2018, até 14 de abril, foram registrados 392 casos de influenza em todo o país, com 62 óbitos. Do total, 190 ocorrências e 33 mortes foram por H1N1. Em relação ao vírus H3N2, os números são de 93 pacientes e 15 falecimentos. Ainda, houve registro de 62 adoecimentos e 6 fatalidades por Influenza B e outros 47 acometidos e 8 mortos pelo influenza A não subtipado.
No DF, até o dia 14 de abril, foram notificados 306 casos de infecções identificadas como síndrome respiratória aguda grave (SRAG), sendo 230 em moradores da capital federal.
Das notificações da Vigilância Universal de SRAG relativas a moradores do Distrito Federal, 45,7% (105) dos casos foram positivos para vírus respiratórios e 26,9% (62) permanecem em investigação.
Entre os positivos para vírus respiratórios, em 56,1% (59) dos casos foi isolado o vírus
sincicial respiratório (VSR), e em 20,9% (22) das ocorrências se isolou o metapneumovírus. Já o vírus
Influenza A (H3N2) foi identificado em 5,7% (6) dos casos, enquanto houve identificação do Influenza A (H1N1) em 4,7% (5), e foi obtida confirmação do Influenza B em 1,9% (2).
Prevenção
Para reduzir ao máximo a propagação dos vírus, a Secretaria de Saúde recomenda que os brasilienses, além de buscarem a imunização, evitem aglomerações e façam higienização constante das mãos. Segundo o subsecretário de Vigilância à Saúde, Marcos Quito, a baixa cobertura vacinal no ano passado (92%) “pode ter contribuído para a maior circulação da doença”.
Por enquanto, vacinas contra H1N1 estão disponíveis apenas em hospitais particulares. Nos postos da rede pública, só a partir do dia 23. De acordo com a Secretaria de Saúde, o DF receberá 777.700 doses. Elas serão distribuídas pelo Ministério da Saúde e previnem contra os vírus Influenza A, Influenza B, H1N1 e H3N2. A previsão é que o chamado dia D, o Dia de Mobilização Nacional, ocorra em 12 de maio.
Poderão se vacinar de forma gratuita aqueles que fazem parte dos grupos prioritários. São eles:
- Crianças de 6 meses a 5 anos incompletos
- Grávidas em qualquer idade gestacional
- Puérperas (até 45 dias pós-parto)
- Pessoas com 60 anos ou mais
- Pessoas com doenças crônicas e outras categorias de risco clínico
- Povos indígenas
- População privada de liberdade, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos que cumprem medidas socioeducativas
- Professores das redes pública e privada
- Trabalhadores da área de saúde
Segundo o boletim informativo de gripe referente à semana epidemiológica nº 13 de 2018, a estimativa é vacinar 706.988 pessoas no Distrito Federal, com meta de cobertura de 90% de cada um dos grupos prioritários.
Dicas para se prevenir da gripe
Para evitar a transmissão da gripe e de outras doenças respiratórias, a Secretaria de Saúde recomenda:
- Lavar as mãos com frequência, principalmente antes de comer
- Usar lenços descartáveis para higiene nasal
- Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir
- Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca
- Higienizar as mãos após tossir ou espirrar
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas
- Manter os ambientes bem ventilados
- Evitar contato próximo com pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe
- Evitar aglomerações e locais fechados (procurar manter os ambientes arejados)
- Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos