Estratégia de guerra: 14.150 militares e agentes vão para as ruas do DF e Entorno combater o Aedes aegypti
Mobilização neste sábado (13/2) integra campanha nacional. Objetivo é eliminar focos do mosquito transmissor da dengue, febre chikungunya e do zika vírus
atualizado
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A partir das 8h deste sábado (13/2), um exército de 14.150 homens e mulheres sairá pelas ruas do Distrito Federal e cidades do Entorno para combater focos do mosquito Aedes aegypti. A ação vai integrar as Forças Armadas, Corpo de Bombeiros e agentes da Vigilância Ambiental. Na ocasião, panfletos informativos serão entregues para comunidade e residências serão alvo de vistorias.
A mobilização faz parte de uma campanha nacional de conscientização ao combate do transmissor da dengue, febre chikungunya e do zika vírus. Em todo o Brasil, a mobilização envolverá 220 mil militares nas 27 unidades federativas, que deverão visitar mais de três milhões de residências.
O comandate-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Hamilton Santos, aponta como positivo o saldo das ações no combate ao mosquito até agora. “Temos 800 homens trabalhando diariamente no combate ao foco do mosquito. Já visitamos 328 mil casas em todo o DF. Porém, ainda é preocupante o alto número de casas (17%) fechadas”. A mobilização no DF vai continuar ao longo da próxima semana, com a aplicação de larvicidas.
“Muitas dessas casas não estão abandonadas. Esse é, inclusive, um dos motivos para escolhermos o sábado após o carnaval, quando os moradores voltam de viagem e também estão de folga do trabalho”, disse Tiago Coelho, subsecretário de Vigilância Ambiental. Para evitar problemas e facilitar o acesso, os agentes vão trabalhar uniformizados e com identificação funcional.
“Caso algum morador se recuse a abrir a casa para os agentes, o governo tem respaldo em uma medida provisória assinada pela presidente Dilma que autoriza a entrada dos servidores ou militares. Neste caso, o morador também está sujeito à multa”, explicou Coelho.
Casos no DF
Apesar dos esforços no combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti, os casos de dengue no Distrito Federal não param de aumentar. Segundo o último balanço da Secretaria de Saúde do DF, até 2 de fevereiro foram confirmados 1.198 casos entre residentes no DF (1.073) e de outras unidades da Federação (125) — boa parte do Entorno.
Segundo a Secretaria de Saúde, há dois casos graves — de um residente do DF e de uma pessoa de outro estado — e um óbito, de Maria Cristina Natal Santana, cunhada do vice-governador, Renato Santana, que morreu de dengue hemorrágica. Outro caso de morte está sendo investigado, mas a vítima era moradora de Águas Lindas de Goiás.
Brazlândia, São Sebastião, Planaltina e Ceilândia são as regiões administrativas com maior número de casos, respondendo por 603 — um percentual de 56% do total. Brazlândia ainda é a localidade com maior incidência da doença, representando 28% do total registrado. Foi lá que Maria Cristina morreu, após ser internada no hospital regional.
Confira algumas dicas do Ministério da Saúde:
Primeiro escalão nas ruas
A presidente Dilma Rousseff determinou o deslocamento de seus ministros a vários estados a fim de participar ativamente da mobilização, conversando com prefeitos, governadores e batendo nas portas das casas. Os destinos de alguns integrantes do primeiro escalão já foram definidos, como os do titular da Saúde, Marcelo Castro, que seguirá para Salvador; e do chefe da Casa Civil, ministro Jaques Wagner, que irá a São Luís.
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, irá para Aracaju; a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, visitará o Recife; o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, participará da ação em Maceió; e Ricardo Berzoini, titular da Secretaria de Governo da Presidência da República, viajará a Manaus. O ministro da Defesa, Aldo Rebelo, por sua vez, irá a São Paulo. Ele vai se encontrar com o governador do estado, Geraldo Alckmin, em Campinas.
Emergência internacional
No início do mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência internacional de saúde pública em virtude do aumento de casos de microcefalia associados à contaminação pelo vírus Zika.
A situação é preocupante, segundo a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, por causa de fatores como a ausência de imunidade entre a população, a falta de vacinas, tratamentos específicos e testes de diagnóstico rápidom além da possibilidade de disseminação global da doença.
Transmitido pelo Aedes aegypiti, o mesmo transmissor da dengue e da chikungunya, o zika provoca dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. A grande preocupação, no entanto, é a relação entre o zika e a ocorrência de microcefalia.
No domingo (14), um dos temas da troca de bandeira, que ocorre na Praça dos Três Poderes, será a luta contra o transmissor da dengue, zika e chikungunya. (Com informações da Agência Brasília e Agência Brasil)