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Drama no HRP: não há vaga na UTI para recém-nascida com edema pulmonar

Maria Isabella espera desde a última quinta-feira (14/3) um leito disponível para tratar de problemas cardíacos e respiratórios

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Material cedido ao Metrópoles
Maria Isabella, que nasceu com 54 cm e 4,95 kgs
1 de 1 Maria Isabella, que nasceu com 54 cm e 4,95 kgs - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Os dias da família de Maria Isabella Barbosa Freitas Jesus, nascida de parto induzido em 1° de março, têm sido de apreensão. Sem vaga na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI) do Hospital Regional de Planaltina (HRP), a recém-nascida sofre com falta de oxigenação e glicose baixa e luta para se recuperar de um edema pulmonar e de uma bactéria no coração.

A mãe, Eliene Aparecida de Freitas Jesus Barbosa, relata que os problemas da filha vêm de antes mesmo de ela dar à luz. “Desde 26 de fevereiro estou internada, pois ela era muito grande para o tempo de gestação até aquele momento, que era de 35 semanas”, explica.

A solução encontrada pelos médicos foi o parto induzido. O método, no entanto, não se mostrou eficaz. Maria Isabella, que nasceu com 54 cm e 4,95 kg, acabou sofrendo uma fratura durante o procedimento.

“Os médicos disseram que ela precisava nascer logo, pois [a situação] já estava desconfortável para nós duas. O problema é que eu imaginava que fariam cesariana. Fizeram [parto] induzido e quebraram a clavícula dela”, conta a mãe, que viu a filha sendo levada para a incubadora logo após o nascimento.

Passada uma semana, Maria Isabella demonstrou melhora na dificuldade de respirar e na baixa glicose no sangue. A recém-nascida chegou a sair da incubadora e ficou com a mãe no quarto do HRP. Exames realizados, no entanto, voltaram a trazer aflição a Eliene. “Viram uma inflamação no coração e disseram que ela precisava ser internada numa UTI urgentemente”, afirma.

A urgência, entretanto, ainda não foi atendida. Desde a última quinta-feira (14/3), Maria Isabella está aguardando a transferência. Nem mesmo um edema pulmonar que quase levou a menina à morte fez uma vaga aparecer. “Por enquanto, ela está na incubadora. Não posso nem tocar nela por causa de uma bactéria que ela contraiu no hospital. O caso dela é urgente”, diz Eliene.

O Metrópoles teve acesso ao relatório médico da criança, feito nesta segunda (18). O documento atesta uma “piora clínica importante” a partir do último sábado (16), com “insuficiência respiratória e cardíaca”.

Veja abaixo:

Material cedido ao Metrópoles

 

A família ainda não entrou com pedido de liminar junto à Defensoria Pública por falta de tempo. A expectativa, segundo Eliene, é que nesta terça-feira (19) toda a documentação necessária seja entregue para que o caso seja levado à Justiça.

“Prioridade 1”
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que Maria Isabella foi inserida na regulação de leitos de UTI no último sábado, às 22h51, sendo tratada como “prioridade 1” – mas, até o momento, não há disponibilidade de vaga.

O órgão diz ainda que a Central de Regulação de Internação Hospitalar (CERIH) “continua realizando a busca ativa por um leito com o suporte adequado ao quadro clínico da paciente e esclarece que esse processo regulatório é plenamente dependente da vacância dos leitos dessas unidades, que ocorre mediante alta (por melhora clínica, óbito ou transferência de estabelecimento de saúde) dos pacientes que já os ocupavam previamente”.

Ainda segundo a pasta, enquanto aguarda a transferência, “a paciente permanece internada, recebendo a assistência necessária ao quadro de saúde apresentado”.

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