Diretoria do HRS será exonerada após denúncia de morte por negligência
Família de jovem de 19 anos diz que houve omissão de socorro e solicitou à Polícia Civil investigação do caso
atualizado
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O governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou, na noite desta segunda-feira (13/05/2019), que irá exonerar toda a diretoria do Hospital Regional de Sobradinho (HRS). A decisão foi tomada pelo mandatário após Beatriz Viana da Silva (foto principal), 19 anos, morrer devido a uma parada cardiorrespiratória no último sábado (11/05/2019), conforme noticiado pelo Metrópoles.
“Amanhã [14/05/2019] vou trocar toda a gestão do Hospital de Sobradinho porque não estão dando a atenção à população que deveriam dar. Já dei a determinação para o secretário de Saúde, Osnei Okumoto. Não vou admitir esse tipo de atendimento à população. Quero dizer à família que vamos buscar a responsabilização do que aconteceu”, disse Ibaneis.
O corpo de Beatriz foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), pois a família acredita ter havido omissão de socorro. A avaliação por parte da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) foi um pedido de parentes da vítima. O corpo deve ser liberado ainda nesta segunda, para que os familiares procedam ao sepultamento.
De acordo com o relatado por Wesley Nascimento, marido de Beatriz, o casal esteve no Hospital Regional de Sobradinho (HRS), no sábado pela manhã, para que a jovem recebesse assistência, porque sentia fortes dores no estômago. Lá, foram informados de que o atendimento emergencial não estava funcionando, pois só havia um médico disponível, e este ficou responsável por cuidar dos pacientes que já se encontravam internados.
Ainda segundo o viúvo, com a recusa na prestação do atendimento, ele carregou a mulher nos braços até uma clínica particular próxima ao HRS, para que a esposa recebesse alguma avaliação. Após atendimentos preliminares, inclusive referentes a uma parada cardíaca, o médico percebeu que o local não teria condições de atender a jovem, então foi até o hospital de Sobradinho, sozinho, exigindo socorro.
Durante a espera, Beatriz sofreu mais uma parada cardíaca, foi atendida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada para o HRS, mas acabou morrendo.
O corpo foi levado ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), como se o falecimento tivesse acontecido por causas naturais, mas a família pediu que a necropsia ficasse a cargo do IML.
O que diz a Secretaria de Saúde
De acordo com a Secretaria de Saúde, Beatriz não chegou a entrar no HRS no sábado pela manhã, tendo permanecido no carro enquanto Wesley solicitava atendimento.
Com relação à morte da jovem, a pasta afirma que ela já chegou em parada cardiorrespiratória, foi realizada manobra de reanimação por 45 minutos, mas não houve resposta.
Segundo a direção do HRS, a unidade decretou bandeira vermelha na sexta-feira (10/05/2019), devido à superlotação da internação. O hospital conta com 22 leitos na Sala Amarela, mas 35 pacientes estavam internados. Na Sala Vermelha, cinco pacientes estavam onde se comportam três. Dois médicos atendiam no plantão na sexta à noite e também no sábado (11/05/2019) pela manhã.
Exoneração em Brazlândia
Esta não é a primeira vez que o governador muda as peças na direção de hospitais públicos do DF. Em março, após um sargento da Polícia Militar filmar profissionais de saúde descansando em uma sala de TV diante de um pronto-socorro lotado, no Hospital Regional de Brazlândia (HRBz), Ibaneis exonerou o diretor Valterdes Silva. O caso foi revelado pelo Metrópoles.
Veja o vídeo: