DF: servidores, famílias e voluntários doam alimentos no HMIB
Alimentação de trabalhadores e acompanhantes de pacientes foi suspensa pela empresa contratada pelo governo para prestar o serviço
atualizado
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Para garantir a alimentação de servidores e acompanhantes de pacientes no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), médicos, enfermeiros e população fizeram doações de alimentos nesta quarta-feira (11/12/2019). A empresa Sanoli suspendeu parcialmente o fornecimento de alimentos em unidades de saúde pública do Distrito Federal, cobrando do Executivo local o pagamento de R$ 62 milhões atrasados.
Segundo servidores, um desembargador que teve um filho tratado no HMIB encheu o porta malas de seu veículo com produtos não perecíveis (foto em destaque) e os doou à unidade de saúde. Médicos e enfermeiros distribuíram pão e café com leite na pediatria. Os servidores compraram e prepararam as refeições.
Grupos voluntários também estenderam as mãos para ajudar. De acordo com trabalhadores da Secretaria de Saúde, na noite de terça-feira (10/12/2019), data de início da suspensão pela Sanoli, a comunidade do Facebook Mães de Águas Claras e outros voluntários distribuíram quentinhas. Pratos solidários também foram entregues no almoço desta quarta.
Ação judicial
O GDF só vai retomar as negociações com a Sanoli quando a alimentação em hospitais e unidades de pronto atendimento (UPAs) for totalmente restabelecida. Nesse sentindo, caso os serviços não sejam retomados, o governo estuda medidas judiciais e administrativas para garantir a alimentação regular de pacientes, visitantes e servidores.
A empresa suspendeu parcialmente as refeições nesta terça-feira (10/12/2019), cobrando o pagamento de meses atrasados, no total de R$ 62 milhões. Segundo o governo, na atual gestão do governador Ibaneis Rocha (MDB), os pagamentos estão em dia.
“Eu acho que todos têm seus direitos. Mas estão prejudicando a população doente do DF, por má gestão da empresa Sanoli, e não do governo”, afirmou o governador em exercício, Paco Britto (Avante), em entrevista ao Metrópoles na terça-feira.
“A Sanoli quer conversar? Eu converso, sem problema algum. Mas só vou a partir do momento em que eles voltarem a assumir tudo o que está lá. Porque é contratual”, cravou Britto.
Impacto e cobranças
A suspensão no fornecimento de alimentos atinge sete hospitais e três unidades de pronto atendimento (UPAs) do DF. Apenas os pacientes não tiveram todas as refeições nas unidades de saúde atingidas. Acompanhantes e servidores ficam sem alimentação.
Em nota, a Sanoli argumenta que enfrenta paralisação parcial dos funcionários devido ao atraso dos salários de novembro e do 13º. Alega, também, que a demora em receber pagamentos milionários tem inviabilizado o fluxo de caixa.
Em nota, a Secretaria de Saúde afirmou que a fatura do mês de outubro foi paga 13 dias após a emissão e 17 dias antes do prazo previsto em lei (de 30 dias). “As notas foram emitidas em 31 de outubro de 2019 e pagas em 13 de novembro de 2019, no valor total de R$ 4.589.084,05”, explica o texto enviado ao Metrópoles.
De acordo com a SES-DF, a cobrança feita pela Sanoli refere-se a dívidas indenizatórias de 2014, que estão em análise para atestar a veracidade. “A pasta já repactuou o contrato vigente, com atualização dos valores”, continua a nota.
“Cabe ressaltar que a empresa não está cumprindo as cláusulas legais do contrato em vigor, no que tange à prestação do serviço. Faturas emitidas em 31 de novembro encontram-se em fase de instrução (atesto e análise de relatórios). Em 2019, a Secretaria de Saúde efetuou pagamentos para a Sanoli no valor total de R$ 76.640.153,43”, conclui o texto.