DF “exporta” para Goiás pacientes à espera de cirurgia ortopédica
Sem material adequado, Secretaria de Saúde autoriza a transferência de até 90 pessoas que aguardam por procedimentos médicos em Brasília
atualizado
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A crise na saúde do Distrito Federal provocou a inversão do fluxo de pacientes que buscam a capital da República em busca de atendimento. Até pouco tempo atrás, pessoas de Goiás e de Minas Gerais procuravam as unidades de saúde brasilienses. Agora, é o DF que “exporta” quem precisa de apoio médico.
Devido à falta de próteses e materiais específicos, a Secretaria de Saúde aprovou a transferência de até 90 pacientes para Goiás, onde serão submetidos a cirurgias ortopédicas. A justificativa é que a pasta está com dificuldades de prover, em tempo hábil, os equipamentos para as cirurgias.
“Foi feito um pregão para a compra. A previsão de abertura da sessão é até a sexta-feira (11/11), mas estima-se um prazo de conclusão desta etapa de aproximadamente 60 dias”, informou a secretaria. A maior urgência, atualmente, é para aqueles que precisam de próteses de quadril.
A autorização foi publicada no Diário Oficial do DF (DODF) desta segunda-feira (7/11). Segundo a Deliberação n° 21, de 3 de novembro de 2016, foi aprovada, “por consenso, a transferência de até 90 pacientes via Tratamento Fora do Domicílio e/ou transporte de urgência de acordo com o quadro clínico, para realização de cirurgia ortopédica em Goiás”.Segundo a Secretaria de Saúde, o Distrito Federal arcará com os custos dos pacientes que moram na capital federal. No caso de residentes de Goiás que buscaram atendimento no DF, caberá ao governo goiano pagar pelos procedimentos. A medida é resultado de um termo de cooperação entre as pastas das duas unidades da Federação.
“Haverá transferência dos valores do teto da Média e Alta Complexidade (MAC) do DF para o pagamento das cirurgias dos pacientes residentes do DF. Os pacientes que residem em Goiás serão cobertos pelo teto MAC de Goiás”, informou, por meio de nota, a pasta local.
Casos recorrentes
No último dia 13, O Metrópoles relatou que o problema da falta de materiais ortopédicos fez a fila de espera por cirurgias aumentar consideravelmente. O Hospital Regional do Gama (HRG), por exemplo, tinha pacientes que aguardavam havia três meses por uma intervenção.