DF: cirurgias de hérnia estão paradas. Fila tem 2,5 mil pacientes
As informações são de representação elaborada pelo Ministério Público de Contas, que pede providências
atualizado
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O Ministério Público de Contas (MPC) pede que a Secretaria de Saúde do Distrito Federal apresente, “em prazo razoável”, um cronograma para atendimento de pacientes com hérnia. Além disso, quer saber a previsão para aquisição de equipamentos, insumos e admissão de profissionais.
Representação elaborada pela procuradora Cláudia Fernanda de Oliveira Pereira aponta ausência de cirurgias de hérnia na rede pública da capital e pede explicações.
Segundo o documento publicado em 20 de janeiro de 2020 e encaminhado ao Tribunal de Contas (TCDF) para análise de admissibilidade em plenário, a denúncia é que 2.562 pessoas estão na fila de espera para a cirurgia hérnia.
“Fato que, além de trazer dores físicas aos pacientes, gera problemas de ordem social e econômica, com preconceito, muitas vezes em face da deformidade e incapacidade, ainda que temporariamente, para o trabalho, o que eleva o grau de prejuízo para os pacientes e, também, para o Estado”, diz o MPC na representação.
Para o Ministério Público de Contas, a razão do problema é multifatorial. A procuradora expõe a “falta de equipamentos e materiais básicos, como carrinho de anestesia, monitores, bisturi, mesa cirúrgica, focos e insumos, como campos estéreis, capotes e tela, além de profissionais”.
“Dever estatal”
A representação alerta que a prestação sanitária pública é um dever estatal. “Não se nega que cirurgias eletivas possam ser programadas, em fila, mas não se pode admitir o atual quadro de dor e sofrimento de pacientes que carecem urgentemente de intervenção cirúrgica”, diz a procuradora.
Para ela, os motivos apontados revelam graves falhas de gestão, pois “não é possível que o Estado não consiga manter em dia a aquisição de materiais e insumos necessários, bem como se programar para a contratação de profissionais”.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde informou que a área técnica está providenciando os dados. Segundo a pasta, esse tipo de cirurgia não é regulada, “por isso a dificuldade de obter a compilação dessas informações”.