Dez cidades concentram 77,4% das mortes por Covid-19 no DF. Veja quais são
Ceilândia é líder em óbitos e ultrapassou 500 falecimentos na pandemia. Outras duas cidades estão com mais de 200 mortes
atualizado
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Dentre as 2.493 mortes registradas no Distrito Federal em decorrência da Covid-19 até essa segunda-feira (7/9), 1.931 se concentram em apenas 10 cidades, segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde. O número mostra que cerca de um terço das regiões do DF abarcam 77,4% de todos os óbitos.
O cálculo leva em conta apenas pessoas que moram na capital. O total de pacientes mortos em decorrência da Covid-19 em unidades hospitalares do DF, contudo, é de 2.720, pois há casos de pessoas vindas de outras unidades da Federação que passaram pela rede de saúde local.
A região administrativa com mais falecimentos é Ceilândia. Somada ao Sol Nascente, a cidade chegou a 502 mortos. O número é quase duas vezes maior que a segunda colocada: Taguatinga, com 271 mortos. Ainda na casa das duas centenas de óbitos está Samambaia, com 222 registros.
Outras sete cidades ultrapassaram 100 mortos por complicações do novo coronavírus: Plano Piloto (182), Gama (166), Guará (129), Planaltina (124), Santa Maria (123), Recanto das Emas (110) e Sobradinho I (102).
Veja os dados:
Para o médico infectologista Leandro Machado, o alto número de mortes em todas as regiões do DF mostra que o vírus se espalhou e o sentimento é de guerra. “Você vai trabalhar e corre o risco, no metrô ou no ônibus, de pegar uma doença que pode te matar”, destaca.
A limpeza dos ônibus no DF é alvo de ação na Justiça, de cobrança do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e de constante fiscalização da Secretaria de Mobilidade. Em 5 de agosto, a 10ª Vara Cível de Brasília determinou que todas as concessionárias de ônibus do DF façam a higienização no interior dos veículos sempre que os ônibus chegarem em um terminal.
Diante do descumprimento das medidas, a Justiça designou audiência de mediação entre o MP e as empresas, para tratar da higienização. A convocação foi realizada no dia 1º de setembro.
“A gente está discutindo ventilação mecânica, leito de UTI [Unidade de Terapia Intensiva]… São coisas que não previnem a doença, mas só tentam melhorar [a condição de] quem já pegou”, considera Leandro Machado. Uma vez que a vacina ainda está num horizonte distante, Machado crê que a melhor estratégia é garantir que a população tenha acesso a equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
“Tem que começar a distribuir máscara e álcool em gel. Se as crianças aprenderem que têm que lavar as mãos de hora em hora, por exemplo, a chance de contaminação é muito menor. Não dá para falar de vacina ainda. Se ficar esperando, quantos vão morrer até ela chegar?”, questiona o especialista.
Desde a semana passada, 300 mil testes para detecção da Covid-19 doados pela Receita Federal estão em uso na testagem em unidades públicas de saúde. Quem precisar do serviço pode recorrer às 172 unidades básicas de saúde (UBS) do Distrito Federal, além de hospitais públicos. A rede particular também tem feito a detecção.