Depois de vetar projeto do canabidiol, Rollemberg diz que vai ajudar pacientes e comprar medicamento
Governador vetou o fornecimento do produto à base de cannabis sativa (maconha) na semana passada. Nesta quinta (3/3), mudou de ideia. Mas não dá prazo e nem valores
atualizado
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Após vetar o projeto de lei que prevê a distribuição do medicamento canabidiol pela rede pública de saúde do DF, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) voltou atrás e se comprometeu a ajudar no tratamento dos brasilienses com epilepsia. O veto deve ser derrubado pelos deputados distritais na próxima terça-feira (8/3). O compromisso de ajudar na causa foi assumido nesta quinta-feira (3/3), depois de uma longa reunião com familiares de pacientes no Palácio do Buriti.
O secretário da Casa Civil, Sérgio Sampaio, disse que mesmo com a situação deficitária da saúde pública, argumento utilizado pelo GDF para vetar o projeto, o governo fará esforços para colocar a lei em prática, incluindo a compra do medicamento e a convocação de médicos especialistas no tratamento, como neurologistas. A forma como isso será feito, valores e prazos, entretanto, não foram explicados pela cúpula do GDF.O canabidiol é um medicamento feito da planta cannabis sativa, mesma da maconha, e é usado no controle de crises de epilepsia. O uso de produtos à base do canabidiol — que não são fabricados no país — para fins terapêuticos é apontado por pesquisadores e pacientes que têm epilepsia e convulsões como tratamento alternativo, quando os doentes não conseguem resultados com outros remédios.
Em janeiro de 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) retirou o canabidiol da lista de substâncias proibidas no Brasil. Desde então, ele figura como substância controlada — pode ser importada por pacientes, hospitais e associações, mas está sujeita a receitas de controle especial, em duas vias, como estabelecido pela Portaria 344, de 1998, da agência reguladora.
Comissão
O deputado Rodrigo Delmasso (PTN), autor da proposição, também participou da reunião. Ele afirmou que o encontro foi produtivo. “O governador entendeu que as propostas são viáveis e que ajudarão muitas famílias. O veto deve ser derrubado até terça-feira e depois formaremos uma comissão para estabelecer a melhor forma de colocar a lei em prática”, disse.
Norberto Fischer, pai da menina Anny, 7 anos, a primeira a conseguir aprovação na Justiça para uso do canabidiol, também celebrou a decisão. “Acredito que conseguimos sensibilizar o governador por uma causa que beneficiará muitas vidas”.
Segundo Fischer, um passo importante foi o comprometimento de Rollemberg em instalar um equipamento de video-eletroencefalograma, doado ao Hospital de Base do DF (HBDF), para atender aos pacientes da doença.