Dengue cresce 104% no DF em comparação a 2019
Em meio à pandemia do coronavírus, comparação entre ocorrências de dengue nos três primeiros meses de 2020 e do ano passado é preocupante
atualizado
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Em meio à pandemia do novo coronavírus, o Distrito Federal tem outro problema de saúde pública para se preocupar: o crescimento de casos de dengue. Segundo o balanço divulgado pela Secretaria de Saúde, o número de ocorrências chegou a 12.132 em 14 de março.
Para o diretor de Vigilância Ambiental, Edgar Rodrigues, o aumento de 104% com relação ao mesmo período de 2019, quando 5.935 ocorrências foram registradas, se justifica principalmente pelo grande número de pessoas que chegam do Entorno para serem consultadas no DF.
“A gente percebe isso quando vai fazer a investigação epidemiológica. Os pacientes fornecem os endereços no atendimento, mas quando chegamos lá, eles não moram no local indicado”, afirma.
Para evitar que o mosquito de Goiás chegue até o DF, o diretor conta que armadilhas para o Aedes aegypti têm sido colocadas em Santa Maria, desde a divisa até o Engenho das Lajes. “O mosquito coloca o ovo na armadilha e evitamos que ele ecloda. O trabalho também tem sido feio no Arapoanga”, comenta.
Outro motivo que aumenta o número de casos é o grande volume de chuvas, defende Edgar. Somado ao grande volume de lixo que é encontrado nas ruas cria as condições ideais para o mosquito transmissor da doença se proliferar. “Vaso sanitário, caixa d’água. Tudo isso, quando tem muita chuva, é bastante complicado”, conta.
Tão preocupante quanto o aumento dos casos é a diminuição da procura por tratamento, diz Rodrigues. “Tem gente que pega o diagnóstico, sabe que precisa se hidratar e prefere não voltar ao hospital, com medo da Covid-19”, relata.
Combate em casa
Para evitar que a dengue seja mais outra preocupação dos brasilienses neste momento de coronavírus, Edgar pede que as pessoas aproveitem o tempo de isolamento para limpar possíveis focos dentro de casa. “Enquanto está na própria residência, pode-se tirar um tempo para dar uma olhada nas plantas e calhas. Fazer isso uma vez a cada cinco dias é o suficiente”, defende.
Segundo ele, as visitas dos agentes responsáveis pelo combate ao mosquito continuam acontecendo, mesmo com o risco da Covid-19. O profissionais têm tomado todos os cuidados extras. “Houve um distanciamento, evidente, mas seguimos trabalhando. Fazemos a orientação apenas no quintal da casa e tem dado certo. Desde o começo dessa crise, só cinco casas se recusaram a nos atender”, diz.
A conscientização, ele afirma, é fundamental para que o número de casos pare de aumentar. “Coronavírus mata, mas dengue também. Precisamos da ajuda da população para combater também esse mal”, finaliza.