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De portas fechadas. DF não cumpre meta de visitar 100% dos imóveis na luta contra o Aedes aegypti

Índice ficou em 90,73%. Secretaria de Saúde informa que 102.171 unidades estavam fechadas e em outras 2.718, proprietários não permitiram a entrada dos fiscais

atualizado

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Pedro Ventura/Agência Brasília
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1 de 1 dengue, aedes, GDF, secretaria de saúde - Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

O Distrito Federal não cumpriu a meta estipulada pelo Ministério da Saúde de visitar 100% dos imóveis do Distrito Federal nas ações de combate ao Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, febre amarela, chikungunya e do zika virus. A tarefa de vistoriar todas as residências, comércios e indústrias deveria ser realizada até segunda-feira (29/2). Mas, de acordo com a Secretaria de Saúde, 90,73% deles receberam a visita dos fiscais desde o início da força-tarefa, em dezembro do ano passado. Na avaliação do Governo do DF, a culpa se deve aos proprietários, já que alguns não abrem as portas para que os agentes entrem.

A pasta informa que, até segunda, o governo local havia inspecionado 843.408 imóveis na capital. “A dificuldade em atingir a meta está relacionada ao número de unidades fechadas e às recusas em receber as equipes de inspeção”, justificou a secretaria, em nota.

No fim de janeiro, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) assinou um decreto que facilita o acesso de agentes a imóveis fechados ou àqueles que os donos oferecem resistência às visitas. A Secretaria de Saúde informou que em 2015 foram realizadas 670 visitas por meio do alvará. Os números de 2016 ainda não foram divulgados.

Força-tarefa
Desde que teve início a força-tarefa de combate ao mosquito, agentes do Corpo de Bombeiros, da Marinha, do Exército e da Secretaria de Saúde se depararam com 102.171 casas fechadas e outras 2.718 recusaram a entrada dos fiscais. Delas, os agentes conseguiram entrar em 8.076.

O coordenador da Sala Distrital de Comando e Controle para Combate ao Mosquito Aedes aegypti, major Omar Oliveira Guedes Neto, do Corpo de Bombeiros, explica que a estratégia de utilizar o decreto para entrar nos imóveis fechados será reforçada a partir de agora, quando tem início o segundo ciclo de combate ao mosquito.

“No primeiro ciclo, que se encerrou segunda, tivemos o objetivo de ofertar o serviço de prevenção em todas das regiões administrativas. No segundo, vamos recuperar as casas fechadas e completar o anterior, que também tinha como meta visitar 100% dos imóveis do DF”, afirmou.

É aí que entramos em um dilema. Estamos com epidemias em São Sebastião e Brazlândia. Então, fomos obrigados a concentrar esforços nessas regiões. Como eu tiro os fiscais de um local assim e os coloco onde não há casos de dengue? Tentamos conciliar as ações com a meta do Ministério da Saúde de visitar 100% dos imóveis, mas a prioridade é eliminar os focos de transmissão antes de partir para outras regiões. Se visitamos uma vez e não eliminamos o mosquito, não adianta nada.

Major Omar, coordenador da Sala de Comando e Controle

Atualmente, cem militares do Corpo de Bombeiros participam das ações diárias de combate ao Aedes aegypti no DF. Além deles, a campanha conta com o apoio de 120 homens do Exército, 40 da Força Aérea e mais 400 da Vigilância Ambiental. “Na semana passada, ganhamos o reforço de aproximadamente 900 agentes comunitários de saúde”, acrescentou o major.

Casos de dengue
Até a última sexta-feira (26), a Secretaria de Saúde confirmou 3.977 casos de dengue no Distrito Federal, sendo 3.519 residentes na capital e 458 em outras unidades da Federação. O número teve aumento de 374,58% com relação ao mesmo período de 2015, quando foram registrados 838 casos da doença.

A região administrativa que mais preocupa as autoridades é Brazlândia, que, sozinha, foi responsável por 695 casos em 2016 (17,74%). Este ano, foram registradas nove mortes em decorrência da dengue – entre elas a da cunhada do vice-governador Renato Santana. O número corresponde ao triplo do registrado no ano passado, quando três pessoas morreram por conta da doença.

Além da dengue, o zika vírus, que está vinculado ao aumento de casos de microcefalia em bebês cujas mães tiveram a doença, preocupa as autoridades. No Distrito Federal, segundo a Secretaria de Saúde, foram confirmados este ano seis casos de zika.

Destes, quatro são de pessoas residentes no DF, sendo duas delas autóctones (Guará e Taguatinga) e duas importadas de Serra do Ramalho (BA) e Barra do Garça (MT). Os outros dois casos são de moradores de Luziânia e Santo Antônio do Descoberto, ambas cidades localizadas em Goiás, no Entorno do DF.

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