Crise na saúde do DF. Greve afeta atendimento em toda rede pública
Técnicos em radiologia e auxiliares de saúde estão de braços cruzados. No Hospital de Base, médicos e enfermeiros paralisaram as atividades
atualizado
Compartilhar notícia
A semana começa com greve na área de saúde do Distrito Federal. Auxiliares de enfermagem e técnicos em radiologia estão de braços cruzados a partir desta segunda-feira (24/10). No Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), médicos e enfermeiros também fazem uma paralisação e, de acordo com o SindSaúde (sindicato que representa os profissionais de saúde), estão atendendo apenas a emergência e a ala de internação.
A operadora de caixa Amadail Henrique Barbosa levou a filha de 5 anos para uma consulta oftalmológica no HBDF nesta manhã e, ao chegar ao local, foi informada de que deveria procurar o Hospital Regional da Asa Norte (Hran). “Ela está com um molusco contagioso na visão e já tenho o encaminhamento para a cirurgia de emergência. Não sabia que os médicos estão em greve. Vim da Vila Planalto e, provavelmente, perderei o resto do dia até minha filha ser atendida”, reclama.
O diretor do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (Sindate-DF) Newton Batista confirma que, desde meia-noite de hoje, hospitais, postos de saúde, unidades de pronto atendimento (Upas) e demais unidades estão com os serviços paralisados. Os profissionais devem respeitar, no entanto, critérios de funcionamento integral de urgências e emergências, e 30% do efetivo em outros setores.
Já a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, destacou que a paralisação no HBDF, a maior unidade de saúde do Distrito federal, é um alerta para uma greve geral que deve ser deflagrada no próximo dia 3 de novembro em protesto contra a decisão do governo de não pagar a última do reajuste de 32 categorias. É também uma forma de denunciar o sucateamento do hospital.De acordo com o SindSaúde, vários exames do Núcleo de Patologia Clínica do Hospital de Base estão suspensos há mais de um mês por falta de reagentes. Na sexta-feira (21), a unidade de saúde parou de fazer as biópsias de próstata já marcadas por conta da falta de agulhas. Cerca de 120 pessoas aguardam na fila para o exame. O material está em falta há 40 dias.
A resposta do GDF
A Secretaria da Casa Civil, Relações Institucionais e Sociais disse que, “apesar da reivindicação da categoria não ser por reajuste salarial, trata-se de uma incorporação de gratificação ao salário base estipulada pela Lei nº 5008/2012, aprovado na gestão anterior. Sendo assim, os valores percebidos geram impacto financeiro e, por isso, enquadram-se no montante de 32 categorias que não receberam o reajuste previsto”.
À tarde, a Secretaria de Saúde informou o balanço parcial da greve nas unidades de saúde:
Hospital de Base – Ambulatórios de Cardiologia, Cabeça e Pescoço, Odontologia Neurologia, Eletroneuromiografia, Gastro e Vascular estão com atendimentos suspensos. A emergência está em funcionamento.
Hospitais regionais do Gama, de Santa Maria, de Ceilândia, de Brazlândia, de Sobradinho e da Asa Norte – Atendimento normalizado.