Covid-19: não vacinados são maioria em leitos de hospitais de campanha
Na unidade de Ceilândia, por exemplo, quase 80 % dos leitos estão ocupados por pacientes não imunizados
atualizado
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A maioria dos leitos em hospitais de campanha disponíveis para pacientes com a Covid-19 no Distrito Federal estão ocupados por pessoas que não tomaram nenhuma dose da vacina contra a doença.
Levantamento realizado pela equipe do hospital de campanha de Ceilândia, por exemplo, mostra que quase 80 % dos leitos estão ocupados por pacientes não imunizados. Nos hospitais de campanha do Autódromo e do Gama, nos 15 primeiros dias de outubro, dos 54 pacientes internados ou que já receberam alta no período, 58,48% não tomaram vacina. Apenas 5,66% receberam a primeira dose da vacina e 37,74% as duas doses ou a aplicação única.
Para o diretor de Vigilância Epidemiológica, Fabiano dos Anjos, a vacina reduz o agravamento de casos e de óbitos. “Fazemos o apelo para quem está apto a receber a segunda dose, que procure o ponto de vacina. Só com as duas doses a pessoa é considerada imunizada”, ressalta o diretor.
Ceilândia
De acordo com o que foi observado pela equipe da unidade de Ceilândia desde o início das atividades, em 25 de maio deste ano, dos 406 pacientes que passaram pelo hospital durante o período, 31 foram vacinados com a primeira dose e 51 receberam duas doses ou dose única. Os demais não tinham sido vacinados.
“Esse número é significativo e expressivo para indicar que pessoas que não se imunizaram estão adoecendo e apresentando um quadro que requer hospitalização muito maior do que as que tomaram pelo menos uma dose da vacina”, afirma Fabiano dos Anjos.
O monitoramento dos óbitos pela Covid-19 em pacientes internados na mesma unidade revela que dos 226 pacientes que faleceram, 73,9% não tinham recebido ao menos uma dose. Desses, 19,5% receberam as duas doses e 6,6% apenas uma aplicação.
Campanha de vacinação
De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, a campanha de vacinação contra a Covid-19 atinge toda a população acima dos 12 anos. Foram aplicadas mais de 3,8 milhões de doses no DF, sendo que mais de 2,2 milhões de pessoas receberam pelo menos a primeira dose.
O pedido da Secretaria de Saúde, agora, é que a população complete o ciclo vacinal. Pessoas com a segunda dose da AstraZeneca ou Pfizer-BioNTech marcadas para até o dia 5 de novembro já podem se vacinar.
A secretaria destaca que o Vacinômetro traz a preocupação com quem não procurou um ponto de vacinação até agora, sobretudo para quem tem entre 30 e 44 anos de idade.
Apesar de já estarem aptos a receber a primeira dose do imunizante desde julho, este público tem um índice de pessoas com a primeira dose aplicada inferior ao registrado por aqueles que têm de 18 a 29 anos, por exemplo. Abaixo dos 45 anos, todas as faixas etárias têm mais de 10% de ausência. Entre as pessoas de 30 a 34 anos, os faltosos são cerca de 24%.
O subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero, ressalta a importância da vacinação e lembra que o ritmo de liberação de novas doses depende do envio de doses pelo Ministério da Saúde, mas que “isso vem acontecendo com maior frequência e com maior regularidade”
A expectativa é de que, até o fim do ano, o Distrito Federal consiga completar a imunização contra a Covid-19.