Covid-19: MPDFT denuncia adoecimento físico e mental de servidores da Saúde
Relatório do órgão aponta que metade dos funcionários foram afastados do trabalho por problemas de saúde
atualizado
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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) requisitou à Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) esclarecimentos sobre irregularidades e dificuldades constatadas em inspeção realizada no Hospital Regional de Taguatinga (HRT).
O órgão montou uma força-tarefa para acompanhar de perto as ações de combate à pandemia de Covid-19. Foi realizada uma vistoria na unidade pública de saúde em 16 de julho.
Na ocasião, o MPDFT constatou problemas com a atualização das informações em relação à ocupação e à quantidade de leitos de unidades de cuidados intensivos (UCI).
Na data da visita, a página indicava a existência de 19 leitos de UCI, sendo dois ocupados. O que se constatou no local é que havia apenas seis leitos de UCI devidamente equipados e todos com pacientes.
Os integrantes do Ministério Público ressaltaram que as condições de trabalho dos servidores do hospital são propícias ao adoecimento físico e mental, o que já pode ser notado, tendo em vista que, atualmente, 50% dos servidores do hospital estão afastados do trabalho, conforme apontou relatório produzido pelo MPDFT.
Além disso, os procuradores e promotores afirmam que as condições de funcionamento do hospital, principalmente no setor de pronto atendimento, “estão aquém do mínimo necessário para um tratamento médico digno”.
Entre os problemas, o órgão enumera: falta de um espaço físico limitado para acomodar a demanda e número insuficiente de profissionais de saúde geram prejuízo ao atendimento.
Segundo relatório do MPDFT, a situação apresenta “risco potencial de agravar os problemas de saúde dos pacientes que procuram assistência médica no hospital”. Além disso, devido à aglomeração e à acomodação insatisfatória, os pacientes podem contrair novas doenças, principalmente as transmissíveis, como o próprio coronavírus.
Foram encontrados, segundo o Ministério Público, pacientes internados com Covid-19 misturados com o restante dos pacientes no momento de realização dos exames de imagem.
Procurada pelo Metrópoles, a Secretaria de Saúde do DF não havia se posicionado sobre a vistoria até a última atualização desta reportagem.
(Com informações do MPDFT)