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Coronavírus está evoluindo mais rapidamente no DF? Entenda

Dados oficiais mostram que casos do Covid-19 crescem mais no Distrito Federal do que em outros estados. Especialista faz ressalvas

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Movimentação na Rodoviária do Plano Piloto
1 de 1 Movimentação na Rodoviária do Plano Piloto - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Os brasileiros estão atentos aos casos de coronavírus em suas cidades. Quanto mais o Covid-19 avança sobre uma região, maior é a preocupação da população. Por isso, algumas comparações têm sido feitas a fim de tentar identificar onde há maior incidência. O (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, mapeou a evolução da doença nos dez primeiros dias a partir do primeiro caso em cada unidade da federação.

O Distrito Federal aparece com a curva mais acentuada, o que dá a impressão de que o coronavírus tem se dissipado mais rapidamente na capital federal do que em outros estados. No entanto, Alexandre Cunha, infectologista do Sírio Libanês, do Hospital Brasília e dos laboratórios Sabin, alerta que esse tipo de comparação não retrata a realidade, uma vez que as regiões passam por situações diversas e enfrentam dificuldades diferentes umas das outras.

Para a análise, foram considerados os números de casos por 100 mil habitantes. O método permite uma comparação proporcional da população, mas ainda assim não representa com exatidão cada UF. “É preciso considerar que os sistemas de vigilância sanitária são muito diferentes entre os estados. Por exemplo, você não pode olhar da mesma forma para a capacidade de rastreamento de São Paulo com a de uma cidade no interior do nordeste”, adverte Alexandre Cunha.

Segundo o infectologista, o mesmo erro acontece ao se comparar o avanço do coronavírus no Brasil com a Itália. “Não é possível analisar sequer a taxa de letalidade do Covid-19 em regiões e países diferentes, porque não se sabe quantos doentes foram realmente testados.”

Alexandre Cunha ainda ressalta que a capacidade de testagem no Distrito Federal foi superior ao de outras unidades da federação. “É muito mais fácil fazer o controle aqui por conta do tamanho do DF”, diz. Ele destaca, por exemplo, que a rede pública de São Paulo só fará testes nos pacientes graves, o que afetará diretamente para baixo as estatísticas de todo o estado.

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